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bico
Governo quer que policiais, na folga, possam atuar na segurança privada na Copa e na Olimpíada
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
O governo federal quer
permitir que policiais trabalhem durante o horário de
folga como seguranças particulares na Copa-2014 e também nos Jogos do Rio-2016.
Coordenador da comissão
do governo para a segurança
da Copa e da Olimpíada, Alexandre Aragon é um dos defensores da contratação de
policiais para os eventos.
Secretário nacional de Segurança Pública substituto e
diretor da Força Nacional de
Segurança Pública, Aragon
disse que há um grupo escalado pelo Ministério da Justiça para trabalhar pela adequação da legislação para
autorizar o "bico" policial.
"A maior parte das corporações policiais concorda
que a utilização desses profissionais permite uma integração maior entre os sistemas privado e público, uma
vez que eles já conhecem a
doutrina", disse Aragon, que
ressaltou que não é uma "liberação irrestrita do segundo
emprego" aos policiais.
Para o Mundial, a Fifa exige que a segurança dentro
dos estádios seja feita por
empresas privadas. Nesse
modelo, a Polícia Militar controlaria as vias públicas.
Mas, na África do Sul, esse
sistema não funcionou, gerou crise com as empresas
privadas e levou a polícia a
assumir toda a segurança.
Inédito no Brasil, esse modelo de policiamento público
e particular enfrenta resistência entre policiais militares que tradicionalmente fazem a segurança dentro e fora das arenas esportivas.
Para evitar a legalização
do bico policial no país, o governo estuda uma saída jurídica para liberar o trabalho
policial na hora de folga,
apenas nas "atividades relacionadas ou vinculadas ao
evento", declarou Aragon.
Não existe legislação federal que regule o segundo emprego dos policiais. O bico
hoje é proibido pelos estatutos das corporações, que exigem dedicação exclusiva.
Mesmo assim, estima-se
que 60% a 80% dos policiais
têm outra atividade quando
estão fora do trabalho, a
maioria na área de segurança
privada. As estimativas são
de pesquisadores que se debruçaram sobre a rotina policial e de associações que representam a categoria.
O plano de legalizar o bico
policial não é unânime. Adelar Anderle, coordenador de
Controle de Segurança Privada da Polícia Federal e responsável pelo treinamento
dos vigias para a Copa e a
Olimpíada, prefere usar seguranças desempregados.
A PF planeja treinar um total de 50 mil pessoas para
atuar em grandes eventos.
Os que não forem aproveitados pela Fifa, que ainda
não fixou o número de seguranças em cada estádio das
12 sedes, estarão prontos para serem empregados em hotéis, escolta de materiais das
equipes, proteção pessoal e
transporte de valores.
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