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São Paulo, sábado, 22 de março de 2003

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FUTEBOL

Donos de ataques badalados, São Paulo e Corinthians estão entre os cinco times que menos fazem desarmes no Paulista

Defesas "frouxas" atormentam finalistas

DA REPORTAGEM LOCAL E
DOS ENVIADOS A EXTREMA

Com a presença de dois dos mais badalados ataques do futebol brasileiro em campo, a perspectiva é a de que Corinthians e São Paulo repitam o que fizeram no primeiro jogo: muitos gols.
Porém a chave para a que isso ocorra não está no rendimento do setor ofensivo, mas, sim, na eficiência -ou, nesse caso, ineficiência- defensiva das equipes.
Tanto o time do Morumbi como o do Parque São Jorge não têm como característica uma marcação dura.
De acordo com o Datafolha, são-paulinos e corintianos estão entre os cinco times do Paulista que menos fazem desarmes.
A equipe comandada por Geninho ocupa a 17ª posição no ranking dos times que mais "mordem", com uma média de 117 desarmes por partida.
O São Paulo tem desempenho ainda pior que o arqui-rival neste fundamento: 112,1 desarmes por jogo no Estadual -é a segunda pior média, superior apenas à da rebaixada Inter de Limeira.
Os setores defensivos dos dois clubes são bem mais mais "frouxos" do que o do líder do ranking, a Portuguesa Santista -a equipe do técnico Pepe teve média de 138,1 desarmes por jogo.
Por conta da marcação menos constante, a média de gols sofridos dor jogo dos finalistas é alta: 1,1 do São Paulo, e 1,4 do Corinthians. A da Portuguesa Santista, por exemplo, é de 0,89 por confronto neste Paulista.
Outro indício da falta de pegada característica dos finalistas deste Paulista é constatado no ranking individual dos jogadores que mais fazem desarmes.
De todos os corintianos e são-paulinos que participaram de jogos pelo Estadual, apenas um aparece entre os 20 maiores "ladrões" de bola: Anderson. O zagueiro do Corinthians faz, em média, 19,8 desarmes por duelo.
Como comparação, o Guarani -segundo time que mais rouba bolas, com média de 138 desarmes- têm três jogadores entre os 20 melhores nesse ranking, incluindo o zagueiro Paulão, líder em desarmes (24,3 por partida).
Para o técnico Geninho, a falta de "pegada" de sua equipe não é um defeito, mas reflexo da forma com que ele quer ver o Corinthians jogando, com a saída de bola mais "verticalizada", sem muitos toques para chegar ao gol adversário. "Desde que cheguei aqui procuro implantar mais rapidez no estilo de jogo", diz.
No São Paulo, uma das maiores preocupações do técnico Oswaldo de Oliveira durante a preparação de seu time em Extrema (MG) foi justamente a forma de atuação do setor defensivo.
Nos dois coletivos realizados nesta semana, Oliveira se esmerou em arrumar a defesa, dando atenção especial ao lado direito.
O lateral Gabriel, que, apesar de recuperação do titular Leonardo, foi escolhido para começar a partida, terá a tarefa de marcar o atacante Gil, e Júlio Baptista será a "sombra" de Kléber. (EDUARDO ARRUDA, LÚCIO RIBEIRO, PAULO GALDIERI E RODRIGO BERTOLOTTO)


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