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São Paulo, sábado, 22 de março de 2003

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AUTOMOBILISMO

Às vésperas do GP da Malásia, alemão surpreende a todos ao dizer que pode deixar a F-1 ao final de 2004

Pela 1ª vez, Schumacher fala em parar

Vincent Thian/Associated Press
Michael Schumacher, que admitiu que pode parar de correr depois da temporada do ano que vem, conduz sua Ferrari em Sepang


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SEPANG

A F-1 pode assistir, no ano que vem, ao fim da era Schumacher. Em Sepang, onde na próxima madrugada acontece a segunda etapa do Mundial, o pentacampeão admitiu pela primeira vez que pode se aposentar em 2005.
"A Ferrari me deu liberdade para escolher o que quero fazer quando terminar meu contrato. Essa atitude é ótima, me deixa muito à vontade. A questão é que não sei ao certo se vou continuar correndo depois de 2004", afirmou, na Malásia, para surpresa e espanto da imprensa presente.
Afinal, por anos a fio, Schumacher sempre foi enfático quando indagado sobre a aposentadoria. Por dezenas de vezes, disse que nunca havia pensado no assunto e que só pararia quando não sentisse mais prazer em pilotar.
E talvez não seja esse o problema -sua vontade de bater recordes parece intacta. Nos últimos tempos, porém, ele deixou transparecer a vontade de passar mais tempo com a família e acompanhar o crescimento dos filhos, Gina Maria, 6, e Mick, 4.
O alemão ainda aproveitou a entrevista para desmentir alguns rumores sobre uma transferência para a Williams ao fim do seu contrato com a Ferrari em 2004.
"A única certeza que tenho é que vou encerrar a carreira na Ferrari. Não deixarei este time."
As declarações, no início de um Mundial que promete ser mais complicado para sua equipe, causaram boa dose de comoção na Itália. Os principais jornais -esportivos ou não- daquele país dedicaram espaço à notícia.
Aos 34 anos, o alemão é o hoje o terceiro piloto mais velho da F-1. Perde apenas para Heinz-Harald Frentzen, 35, e Olivier Panis, 36.
Em número de GPs, porém, é de longe o mais experiente. O GP da Malásia será o 180º de sua carreira, iniciada em 1991. Se parar no final de 2004, terá corrido 211 provas, superando Gerhard Berger e ficando só atrás de Riccardo Patrese (256 GPs) na história da F-1.
A saída de Schumacher pode marcar o início da debandada de sua turma. Os diretores Jean Todt e Ross Brawn, o projetista Rory Byrne e o engenheiro Paolo Martinelli também terão seus contratos encerrados no ano que vem.
Byrne e Brawn, que foram levados à escuderia pelo alemão, já manifestaram vontade de parar.
Willi Weber, empresário de Schumacher, negou que a postura do piloto seja uma forma de pressionar a Ferrari para aumentar seu salário. Ele também desmentiu o jornal alemão "Die Welt", que afirmou que a Ferrari já havia oferecido a renovação de contrato, mas por menos dinheiro.
Talvez, na próxima madrugada, a partir das 4h (de Brasília), com TV, a F-1 assista ao penúltimo GP de Schumacher em Sepang. Seu retrospecto no circuito beira o impecável. Em quatro edições, obteve quatro poles e duas vitórias, em 2000 e 2001 -em 99, deu o primeiro lugar para Eddie Irvine, que então lutava pelo título.

NA TV - GP da Malásia, Globo, ao vivo, às 4h de domingo


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