CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez na história, o Brasil marcará presença nas finais de todos os aparelhos (solo, salto, paralelas assimétricas e trave) em uma etapa da Copa do Mundo feminina de ginástica artística.
Durante as disputas realizadas ontem em Cottbus (ALE), na segunda etapa do evento, a paulista Daniele Hypólito, 18, e a gaúcha Daiane dos Santos, 20, sobressaíram em meio às 44 atletas de 22 países que participavam do torneio e conseguiram se classificar para duas finais cada uma.
Apesar de ficar fora da decisão do solo, em que era considerada favorita, Daniele obteve o primeiro lugar na trave e a quarta melhor nota no salto sobre o cavalo.
"Foi uma pena eu não ter garantido a vaga no solo [ficou em 16º lugar na classificação], que é uma das minhas especialidades. Mas será importante testar meu potencial nos outros dois aparelhos [trave e salto]", disse Daniele.
Mas não é só um teste. A ginasta paulista tentará reeditar o ouro obtido na trave em Cottbus no ano passado -foi a primeira e única vitória do Brasil na Copa do Mundo. "O que ocorreu com a Dani no solo foi um imprevisto. Mas os resultados mostram que ela é completa e está em evolução. Na última semana, na França, ela foi à final no solo e nas paralelas. Agora, tentará medalha na trave e no salto", disse o irmão mais novo da ginasta, Diego Hypólito.
Se Daniele festejou sua polivalência, Daiane provou que está totalmente recuperada da contusão que a deixou fora dos torneios por quase um ano. Em Cottbus, a gaúcha tentará sua primeira medalha na Copa -seu melhor resultado é um quarto lugar- nas finais do solo e das paralelas assimétricas.
A expectativa quanto à medalha ficou maior ontem após Daiane encerrar a fase de classificação com a melhor nota (9,550), desbancando a atual campeã mundial do solo, a espanhola Elena Gomez (9,525).
Além de fazer história e lutar por medalhas hoje (salto e paralelas) e amanhã (trave e solo), a dupla brasileira vem confirmando as previsões do técnico Oleg Ostapenko, que dirige a seleção brasileira feminina, para o Mundial.
Segundo ele, que em 2000 disse que o Brasil iria surpreender em Atenas-2004, a boa fase das atletas fará com que a seleção tenha suas melhores chances de se classificar pela primeira vez para a Olimpíada. "Todo o trabalho está direcionado para isso [a vaga]", afirmou Vicélia Florenzano, presidente da CBG, que investiu R$ 19 mil para manter Daiane e Daniele nas duas primeiras etapas da Copa.


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