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AUTOMOBILISMO
Desempenho demonstrado pela equipe inglesa pode também ter explicação em recurso inédito no motor
Freio não é o único segredo da McLaren
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
da Reportagem Local
A celeuma em torno do inovador
sistema de freios apresentado pela
McLaren em Melbourne pode ter
raízes mais profundas.
Além da dúvida sobre a legalidade do novo recurso, discussão que
a Ferrari promete estender até o
GP Brasil, no próximo fim-de-semana, novos elementos surgem
para reabastecer a polêmica.
Um inédito sistema regenerativo
de potência também estaria dilatando as diferenças entre os pilotos da equipe e a concorrência.
Esse princípio já foi utilizado na
F-1, casos do compressor, nos 60,
e do turbocompressor, que radicalizou a disputa na categoria nos
anos 80 -foi proibido em 89.
O novo recurso, para driblar o
regulamento, estaria baseado no
acúmulo de energia em uma bateria carregada pelo motor. Mais
tarde, essa energia acumulada poderia ser revertida em potência.
Como isso se dá e o ganho que
representa são a incógnita que
pouca gente do meio arrisca esclarecer.
É certo, porém, que, apesar de
não haver certeza sobre sua existência, a novidade já incomoda.
Pior, estaria reforçando a resistência das equipes rivais, principalmente da Ferrari, no caso do
sistema de freios, algo mais paupável para se contestar.
A escuderia italiana, aliás, trabalha ainda com hipótese mais mirabolante. A de que o ganho de potência estaria relacionado com
uma tração nas quatro rodas.
Proibido desde 1983, apesar de
pouco usado, esse tipo de tração
aumenta a estabilidade em curvas,
pois deixa duas e não apenas uma
roda com a missão de tracionar o
carro (leia texto abaixo).
É fato, porém, que o MP4/13 foi
submetido inúmeras vezes à fiscalização dos comissários durante a
pré-temporada -note-se, com
frequência maior que a habitual.
E que, portanto, conta com o
aval da FIA, entidade que controla
a F-1, como insiste em lembrar
Ron Dennis, chefe da equipe, e
Adrian Newey, projetista do carro.
Mas, mesmo quem credita o sucesso da McLaren apenas ao eficiente conjunto montado, caso da
Williams, deixa claro que as soluções encontradas pelo time inglês
estão longe de serem alcançadas.
Na última semana, Jacques Villeneuve, ao revelar que Heinz-Harald Frentzen também usou um
freio diferencial em Melbourne,
comentou: "O nosso sistema é rudimentar perto do deles".
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