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São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2003

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FUTEBOL

Se o sistema atual valesse sempre, Estado teria cinco taças e Copa União

Pontos corridos são aliados históricos de Minas Gerais

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com Cruzeiro e Atlético-MG na ponta da tabela do Brasileiro, Minas Gerais comemora o sistema de pontos corridos. Porém não é de agora que os mineiros gostam dessa forma européia de disputa.
Se o Nacional tivesse desde o seu início (1971) pontos corridos, o maior Estado do Sudeste teria cinco títulos nacionais e a Copa União (não apenas um triunfo em 32 torneios). Não perderia em número de taças para o Rio Grande do Sul e estaria quase com o mesmo número de conquistas do Rio.
Grande vítima dos mata-matas do Nacional, o Atlético-MG seria o maior campeão do país. Clube que mais pontos fez até hoje na história do torneio (1.029), o time de Belo Horizonte ganhou apenas o Brasileiro de 1971, que não teve final -o ""Galo" fez quatro pontos em um triangular que tinha também São Paulo e Botafogo.
Em 1977, em 1980 e em 1983, o Atlético-MG fez grandes campanhas e obteve a melhor média de pontos por jogo. Seriam quatro títulos do Brasileiro com o de 1971, o que o deixaria na frente na lista de títulos do Nacional -o clube ainda ganharia a Copa União em 1987 e, se enfrentasse Sport e Guarani, poderia ser pentacampeão.
Já o Cruzeiro, que até hoje não venceu um Brasileiro sequer, teria sido campeão em 1996 se fosse usado o sistema de pontos corridos. Minas Gerais, portanto, teria ao menos cinco títulos com a fórmula européia de campeonatos.
Nos almanaques, está registrado, por exemplo, que os paranaenses estão na frente dos mineiros em número de títulos do Nacional (2 a 1). Mas os grandes clubes de Minas Gerais creditam essa escassez de taças do Estado a uma série de favorecimentos aos cariocas, mais especialmente.
Em 1974, o Cruzeiro fez boa campanha e decidiria o título contra o Vasco em casa. Mas a final foi tirada de Minas Gerais -a alegação foi falta de segurança no Mineirão após uma invasão de campo em um jogo anterior. O Vasco decidiu no Maracanã e venceu por 2 a 1 com a ajuda da arbitragem em alguns lances.
Na decisão de 1980, o Atlético-MG perdeu no Rio para o Flamengo por 3 a 2. O juiz José de Assis Aragão teve uma atuação polêmica, expulsando três atleticanos, inclusive o atacante Reinaldo.
O Flamengo, aliás, só teria um título nacional se os pontos corridos valessem sempre (1982).



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