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FUTEBOL
Se o sistema atual valesse sempre, Estado teria cinco taças e Copa União
Pontos corridos são aliados históricos de Minas Gerais
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com Cruzeiro e Atlético-MG na
ponta da tabela do Brasileiro, Minas Gerais comemora o sistema
de pontos corridos. Porém não é
de agora que os mineiros gostam
dessa forma européia de disputa.
Se o Nacional tivesse desde o
seu início (1971) pontos corridos,
o maior Estado do Sudeste teria
cinco títulos nacionais e a Copa
União (não apenas um triunfo em
32 torneios). Não perderia em número de taças para o Rio Grande
do Sul e estaria quase com o mesmo número de conquistas do Rio.
Grande vítima dos mata-matas
do Nacional, o Atlético-MG seria
o maior campeão do país. Clube
que mais pontos fez até hoje na
história do torneio (1.029), o time
de Belo Horizonte ganhou apenas
o Brasileiro de 1971, que não teve
final -o ""Galo" fez quatro pontos em um triangular que tinha
também São Paulo e Botafogo.
Em 1977, em 1980 e em 1983, o
Atlético-MG fez grandes campanhas e obteve a melhor média de
pontos por jogo. Seriam quatro títulos do Brasileiro com o de 1971,
o que o deixaria na frente na lista
de títulos do Nacional -o clube
ainda ganharia a Copa União em
1987 e, se enfrentasse Sport e Guarani, poderia ser pentacampeão.
Já o Cruzeiro, que até hoje não
venceu um Brasileiro sequer, teria
sido campeão em 1996 se fosse
usado o sistema de pontos corridos. Minas Gerais, portanto, teria
ao menos cinco títulos com a fórmula européia de campeonatos.
Nos almanaques, está registrado, por exemplo, que os paranaenses estão na frente dos mineiros em número de títulos do
Nacional (2 a 1). Mas os grandes
clubes de Minas Gerais creditam
essa escassez de taças do Estado a
uma série de favorecimentos aos
cariocas, mais especialmente.
Em 1974, o Cruzeiro fez boa
campanha e decidiria o título contra o Vasco em casa. Mas a final
foi tirada de Minas Gerais -a alegação foi falta de segurança no
Mineirão após uma invasão de
campo em um jogo anterior. O
Vasco decidiu no Maracanã e
venceu por 2 a 1 com a ajuda da
arbitragem em alguns lances.
Na decisão de 1980, o Atlético-MG perdeu no Rio para o Flamengo por 3 a 2. O juiz José de Assis Aragão teve uma atuação polêmica, expulsando três atleticanos,
inclusive o atacante Reinaldo.
O Flamengo, aliás, só teria um
título nacional se os pontos corridos valessem sempre (1982).
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