São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2005 |
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Sem consenso, diretoria escolhe Bonamigo
KLEBER TOMAZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Não foi unânime a escolha do novo técnico do Palmeiras. O gaúcho Paulo Bonamigo, que dirigiu neste ano o Botafogo-RJ, foi apresentado ontem à tarde como substituto de Candinho, que pediu demissão, sem um consenso. O "conclave" palmeirense formado por seis dirigentes que têm tomado as rédeas do departamento de futebol profissional (os diretores Salvador Palaia e Mario Giannini, os vices José Cyrillo Jr. e Luis Pagnota, o gerente de futebol Ilton José da Costa e o presidente Affonso della Monica) só optou por Bonamigo em face deste ter obtido a maioria dos votos. "Não foi um consenso, mas foi o nome mais preferido no final. É isso que importa", declara Palaia. Renê Simões, campeão baiano com o Vitória-BA, e Abel Braga, que ganhou o Estadual do Rio pelo Fluminense, também estavam entre os cotados. "Não foi 100% a indicação oficial do Bonamigo. Cada um tinha um nome de sua preferência, mas, depois, ele acabou aceito", afirma Cyrillo Jr. Bonamigo, 44, fechou com o Palmeiras até o fim deste ano. Seus vencimentos não foram divulgados -Candinho recebia R$ 70 mil mensais em salários. Para ficar no Parque Antarctica, Bonamigo prometeu incorporar a nova filosofia de trabalho do clube: dar prioridade a todas as categorias de base nesta temporada. A intenção é que o time profissional absorva os novos talentos. Junto com Bonamigo chegam os auxiliares Alciney Miranda, que vai trabalhar nas divisões de base, e Edson Gonzaga, eleito pelo treinador como seu braço direito. O técnico também trouxe Sullivan Dallavalle, que assume a preparação física no lugar de Moracy Sant'Anna, desligado do Palmeiras. O único da antiga comissão técnica que continua é o preparador de goleiros Zé Mário. Apesar de Bonamigo ter no currículo só dois títulos (o do Maranhense-2000 e o do Paranaense-2003), sua aquisição foi superdimensionada. "Se o Corinthians toca a sirene para anunciar nome de peso, por que o Palmeiras não constrói uma chaminé e lança a "fumacinha verde'?", diz Palaia. O fato de Bonamigo nunca ter dirigido uma equipe paulista antes era uma das bandeiras levantadas por dirigentes que não queriam sua contratação. Entretanto o discurso ousado do novo treinador conseguiu seduzi-los. "Ele [Bonamigo] me falou que irá formar uma "nova academia'", revela Palaia, em referência aos times das décadas de 60 e 70. Na entrevista coletiva, Bonamigo foi apresentado por Della Monica e anunciado como "disciplinador e agregador". Ao discursar, o treinador demonstrou otimismo, apesar de saber que assume uma equipe rachada, repleta de brigas internas e que vem sendo criticada por seus torcedores -o Palmeiras ficou em nono lugar no Paulista-05. "O Palmeiras não tem tempo. O resultado tem de ser imediato. No Brasileiro, vou procurar fazer um time que evolua dentro do torneio. Na Libertadores, é preciso ganhar logo", diz Bonamigo. Ontem, ele dirigiu um treino e teve sua primeira conversa com o elenco. Por 30 minutos, reforçou que os jogadores precisam priorizar a posse de bola e a marcação. "Por causa do pouco tempo para trabalhar, manterei a base." Texto Anterior: Saída de craques para o exterior preocupa clube Próximo Texto: Diego Souza é afastado de novo Índice |
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