|
Texto Anterior | Índice
Quilmes estuda revide judicial
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
O presidente do Quilmes, Daniel Razzetto, pediu ontem aos
advogados do clube em São Paulo
que estudem medidas legais contra os depoentes do caso Grafite.
"O clube não quer que isso fique
impune. Não é uma questão de
vingança, mas sim de justiça."
Razzetto tomou a decisão após
ler reportagem da Folha de ontem, em que Fabio Bolla e Eduardo Sorrentino, amigos e testemunhas do jogador Grafite, admitiram não haver podido ler nos lábios de Desábato a expressão "negro de merda", ao contrário do
que testemunharam à polícia.
Desábato foi acusado de injúria
grave e passou 36 horas detido em
São Paulo. "Não sou advogado e,
infelizmente, desconheço a legislação brasileira. Mas, ao menos
em meu país, é algo grave que
uma pessoa seja presa em decorrência de um falso testemunho."
Razzetto também quer esclarecer a relação das testemunhas
com a polícia e o São Paulo. "Enquanto estávamos sentados, vigiados por homens armados e
não podíamos sair da sala de espera, as testemunhas de Grafite
entravam e saíam da delegacia como se estivessem em casa. Entravam com pizzas, cumprimentavam os policiais e falavam permanentemente com esse senhor
Gonçalves [o delegado Nico]".
O Quilmes ainda investigará se
o São Paulo de fato pressionou
Grafite a agir. "Se foi assim, este já
não é um assunto só de Grafite,
mas do clube, que pode ser sancionado desportivamente. É algo
que vamos analisar seriamente."
Texto Anterior: Cronologia Índice
|