São Paulo, sexta-feira, 22 de abril de 2005

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Quilmes estuda revide judicial

SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES

O presidente do Quilmes, Daniel Razzetto, pediu ontem aos advogados do clube em São Paulo que estudem medidas legais contra os depoentes do caso Grafite.
"O clube não quer que isso fique impune. Não é uma questão de vingança, mas sim de justiça."
Razzetto tomou a decisão após ler reportagem da Folha de ontem, em que Fabio Bolla e Eduardo Sorrentino, amigos e testemunhas do jogador Grafite, admitiram não haver podido ler nos lábios de Desábato a expressão "negro de merda", ao contrário do que testemunharam à polícia.
Desábato foi acusado de injúria grave e passou 36 horas detido em São Paulo. "Não sou advogado e, infelizmente, desconheço a legislação brasileira. Mas, ao menos em meu país, é algo grave que uma pessoa seja presa em decorrência de um falso testemunho."
Razzetto também quer esclarecer a relação das testemunhas com a polícia e o São Paulo. "Enquanto estávamos sentados, vigiados por homens armados e não podíamos sair da sala de espera, as testemunhas de Grafite entravam e saíam da delegacia como se estivessem em casa. Entravam com pizzas, cumprimentavam os policiais e falavam permanentemente com esse senhor Gonçalves [o delegado Nico]".
O Quilmes ainda investigará se o São Paulo de fato pressionou Grafite a agir. "Se foi assim, este já não é um assunto só de Grafite, mas do clube, que pode ser sancionado desportivamente. É algo que vamos analisar seriamente."


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