São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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Corinthians demite seu gerente financeiro

Oposição quer investigar rescisão contratual dele

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

A demissão de Marcos Roberto Fernandes, homem que é visto por dirigentes e conselheiros como um dos símbolos do caos administrativo da gestão de Alberto Dualib, não alivia a pressão sobre o dirigente.
O gerente financeiro, chamado de "controller", acertou sua saída do clube na noite de quinta-feira, um dia após a oposição pedir abertura de inquérito policial para investigar o processo de sua rescisão, que lhe rendeu R$ 250 mil, segundo o clube.
Andrés Sanchez, líder oposicionista, defende que, se constatada a prática de crimes financeiros ou tributários, o dinheiro deve ser restituído.
"O Marcos não fez nada de errado. O problema é da diretoria, de má gestão", falou ele.
Foi o próprio funcionário quem pediu para ser demitido, para receber os direitos trabalhistas. Isso foi no mês passado, mas, mesmo assim, seguiu trabalhando até a última quinta.
"Foi um pedido meu, vou me casar pela segunda vez e quero iniciar vida nova", comentou.
O problema é que a decisão de "controller" sair ocorreu justamente quando Sanchez pediu a apuração dos fatos.
"Não foi por conta disso [ação da oposição] que ele saiu. É que não havia compatibilidade para trabalharmos juntos", afirmou o vice-presidente financeiro do Corinthians, Emerson Piovezan, opositor da continuidade de Fernandes.
A situação avalia que a saída do "controller" enfraquece a ofensiva da oposição. Diz que, com a demissão, não há a configuração de crime financeiro.
"Minha saída não foi política, já fiz a quitação no clube. Não tenho mais quadro de readmissão", afirmou Fernandes. "Não volto mais. Foi uma carreira de aprendizado, mas hoje eu quero alçar outros vôos."
As palavras dele não convencem muitos aliados do presidente Dualib, que acreditam na volta do ex-funcionário quando a situação estiver mais calma.
Dualib centralizou em Fernandes toda a responsabilidade pela área contábil e de compras do Parque São Jorge.
Carta feita pela BDO Trevisan, que auditou as contas do clube, identificou irregularidades, como requisições de compras por outros departamentos, e não o controlado por Fernandes. E detectou ainda falhas nos procedimentos internos.


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