|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Corinthians demite seu gerente financeiro
Oposição quer investigar rescisão contratual dele
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
A demissão de Marcos Roberto Fernandes, homem que é
visto por dirigentes e conselheiros como um dos símbolos
do caos administrativo da gestão de Alberto Dualib, não alivia a pressão sobre o dirigente.
O gerente financeiro, chamado de "controller", acertou sua
saída do clube na noite de quinta-feira, um dia após a oposição
pedir abertura de inquérito policial para investigar o processo
de sua rescisão, que lhe rendeu
R$ 250 mil, segundo o clube.
Andrés Sanchez, líder oposicionista, defende que, se constatada a prática de crimes financeiros ou tributários, o dinheiro deve ser restituído.
"O Marcos não fez nada de
errado. O problema é da diretoria, de má gestão", falou ele.
Foi o próprio funcionário
quem pediu para ser demitido,
para receber os direitos trabalhistas. Isso foi no mês passado,
mas, mesmo assim, seguiu trabalhando até a última quinta.
"Foi um pedido meu, vou me
casar pela segunda vez e quero
iniciar vida nova", comentou.
O problema é que a decisão
de "controller" sair ocorreu
justamente quando Sanchez
pediu a apuração dos fatos.
"Não foi por conta disso
[ação da oposição] que ele saiu.
É que não havia compatibilidade para trabalharmos juntos",
afirmou o vice-presidente financeiro do Corinthians,
Emerson Piovezan, opositor da
continuidade de Fernandes.
A situação avalia que a saída
do "controller" enfraquece a
ofensiva da oposição. Diz que,
com a demissão, não há a configuração de crime financeiro.
"Minha saída não foi política,
já fiz a quitação no clube. Não
tenho mais quadro de readmissão", afirmou Fernandes. "Não
volto mais. Foi uma carreira de
aprendizado, mas hoje eu quero alçar outros vôos."
As palavras dele não convencem muitos aliados do presidente Dualib, que acreditam na
volta do ex-funcionário quando
a situação estiver mais calma.
Dualib centralizou em Fernandes toda a responsabilidade
pela área contábil e de compras
do Parque São Jorge.
Carta feita pela BDO Trevisan, que auditou as contas do
clube, identificou irregularidades, como requisições de compras por outros departamentos, e não o controlado por Fernandes. E detectou ainda falhas
nos procedimentos internos.
Texto Anterior: RJ: Com apoio até na internet, Botafogo pega a Cabofriense Próximo Texto: Reforço: Clube acerta com goleiro Índice
|