São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2008

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"Armado" na lei, São Paulo fica à espreita

DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo já tem traçado um arsenal jurídico (tanto esportivo quanto comum) para reagir aos transtornos sofridos dentro do vestiário do Parque Antarctica -em que sofreu um ataque com gás-, mas vai esperar definição do Tribunal de Justiça Desportiva paulista.
Para tratar do assunto, a diretoria teve duas reuniões ao longo do dia, capitaneadas pelo presidente Juvenal Juvêncio, que disputa hoje um novo mandato em eleição do Conselho Deliberativo. Seu oponente é o ex-judoca e vereador Aurélio Miguel.
Fontes ligadas à diretoria disseram que o clube não dará um passo antes que o TJD tome alguma atitude.
Como o árbitro Wilson Luiz Seneme registrou os eventos do vestiário na súmula, a cúpula são-paulina entende que não será preciso pressão para que a Justiça Desportiva aponte sanção ao Parque Antarctica. O advogado do time, Roberto Armelin, é o encarregado de traçar a estratégia nessa esfera.
A parte da Justiça comum também se encaminhou ontem mesmo, quando o técnico Muricy Ramalho foi fazer exames toxicológicos e de corpo de delito no Instituto Médico Legal. O técnico foi um dos que mais sofreram com o gás, chegando a vomitar no banco de reservas.
Ainda ontem, o fisiologista do clube, Turíbio Leite de Barros, e o meia Jorge Wagner declararam que o incidente prejudicou, e muito, o time no intervalo do clássico.
"Não conseguimos fazer a reidratação necessária programada", afirmou Turíbio. "Temos produtos que ficam no vestiário que são repassados aos atletas. Além disso, o Muricy Ramalho não pôde dar sua preleção."
Para Jorge Wagner, que tenta se focar para o jogo de amanhã contra o Nacional de Medellín, a agressão foi única. "Nunca passei por isso em dez anos como profissional. Espero nunca mais ter que passar por isso."
O time precisa vencer os colombianos para avançar às oitavas da Libertadores. Caso empate, dependerá do tropeço do chileno Audax Italiano, que encara no Paraguai o limitado Sportivo Luqueño. "A eliminação seria uma verdadeira tragédia, até pela importância que a Taça Libertadores tem para todos aqui no São Paulo", ressaltou Jorge Wagner. "Depois do jogo contra o Audax, fizemos uma grande partida contra o Palmeiras. Podemos repetir isso." O duelo com o Nacional será no Morumbi, às 21h50.
Enquanto o São Paulo espera, já há sugestões internas de retaliação que envolvem até um aluguel mais alto caso o Palmeiras queira mandar o jogo no Morumbi. Algo em torno de 40% da renda, o suficiente para evitar que o estádio vire palco para os rivais -real intenção do pedido.
Mas, segundo o assessor especial da presidência, João Paulo de Jesus Lopes, a diretoria não se opõe à cessão do Morumbi. "Não há nenhum problema em alugar o estádio ao Palmeiras, caso eles nos paguem bem."


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