São Paulo, quarta, 22 de abril de 1998

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BASQUETE
Equipe feminina quebra tabu e resgata imagem do clube, manchada por rebaixamentos no vôlei e no futebol
Flu derrota BCN e é campeão brasileiro

LUÍS CURRO
enviado especial ao Rio

O Fluminense venceu o BCN por 101 a 92, ontem à noite, no Rio, e conquistou o Campeonato Nacional feminino de basquete.
A equipe do Rio fechou o playoff decisivo (melhor de cinco) em 3 a 2 diante de cerca de 4.500 entusiasmados torcedores no ginásio do Tijuca Tênis Clube, que, no fim do jogo, gritaram "Nense".
A vitória quebrou um tabu: nunca na história do torneio, até o ano passado conhecido como Taça Brasil (leia nesta página), um time paulista deixou de ser campeão.
O título serve como alento ao torcedor do Fluminense, que não tem tido sorte em esportes populares, como o futebol e o vôlei.
No primeiro, foi rebaixado em 96. Por decisão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), voltou em 97, para ao final do campeonato cair novamente para a segunda divisão. No segundo, ficou em último na Superliga masculina: novo rebaixamento.
Até no próprio basquete, mas no masculino, o Fluminense não está bem. No ano passado, o time não conseguiu ficar entre os dois primeiros no Estadual e não se classificou para o Nacional. As vagas ficaram com Vasco e Flamengo.
Com a conquista, a ex-jogadora Hortência, dirigente de basquete do clube, afirma esperar receber apoio do presidente Álvaro Barcellos para uma continuidade, com a manutenção do patrocínio da Oceânica (empresa de seguros).
Isso deve acontecer se a Federação do Rio e a Federação Paulista chegarem a um acordo para viabilizar um torneio Rio-São Paulo de maio a julho. A reunião acontece amanhã, em São Paulo.
Na série final do Nacional, apesar de ter a melhor campanha do torneio (19 vitórias e 3 derrotas), o Fluminense, que "importou" o time do Data Control, esteve duas vezes atrás do BCN (0 a 1 e 1 a 2).
"Conseguimos virar devido a muita conversa e a muita vontade de se superar que elas tiveram", afirmou o técnico Antonio Carlos Vendramini, 47.
O Fluminense poderia ter vencido mais fácil se a ala russa Elena Tornikidou e a ala-armadora Claudinha, do BCN, não tivessem feito um grande primeiro tempo, com 26 e 19 pontos, respectivamente. No segundo tempo, porém, elas não repetiram a performance, com 10 e 9 pontos.



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