São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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Com numeração, Scolari protege preferidos

DOS ENVIADOS A KUALA LUMPUR

O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, deixou claro os seus protegidos no Mundial ao enviar ontem aos dirigentes da Fifa os números dos jogadores para a disputa da Copa Coréia/Japão.
Supersticioso, ele fez questão de escolher os seus números da sorte -o 7 e o 17- para estampar nos uniformes dos seus preferidos.
Com isso, a camisa 7 da seleção, que foi usada por Jairzinho na Copa de 70, no México, será do volante Emerson, da Roma.
Já a 17 vai ser vestida pelo atacante Denílson, do Betis.
"Foi uma escolha minha. É uma questão de acreditar que esses números dão sorte", declarou o técnico do Brasil, que não esconde a sua superstição na seleção.
No ano passado, ele escalou o time com a camisa azul em alguns jogos da Copa América por acreditar que essa cor dava sorte.
A preferência de Scolari pelo número 7 é antiga. Já a sua opção pelo 17 foi uma novidade.
"O 17 é o meu nome. Outro dia vi na televisão que o 17 era a soma do meu nome. Nunca tinha dado conta disso. Já é um bom sinal, né?", falou o treinador.
A escolha do número 17 para Denílson confirma que o jogador é o principal trunfo do técnico no banco de reservas brasileiro durante os jogos da Copa-2002.
Destaque na vitória contra a Catalunha, por 3 a 1, no sábado, o atacante será uma espécie de 12º jogador da seleção.
"A 17 deixo para o Denílson, que é um jogador diferente. Ele entra nos jogos e muda o andamento da partida. Por isso, fiz essa escolha", disse Scolari.
O técnico da seleção é um dos principais responsáveis pela boa fase de Denílson, que ficou um tempo esquecido na seleção.
Logo ao assumir, Scolari surpreendeu ao convocar o jogador, que estava esquecido no futebol espanhol. Denílson foi chamado para a disputa da Copa América, em julho do ano passado, e um dos poucos jogadores aprovados pelo treinador naquele grupo, que acabou eliminado da competição pela seleção de Honduras.
Emerson, que também esteve na fracassada campanha na Copa América, é o homem de confiança de Scolari dentro de campo.
A faixa de capitão dada por Scolari a Emerson gerou ciúme na seleção. O lateral Cafu, também da Roma, já protestou publicamente por ter perdido o posto. Cafu é o mais velho do grupo e tem mais de cem partidas pelo Brasil.
"A camisa 7 fica com o Emerson, que é o meu capitão. Não preciso dizer mais nada", afirmou o treinador da seleção, ao justificar a sua escolha.
Na Copa passada, o atual capitão da seleção herdou a camisa número 11 de Romário. O jogador foi convocado para substituir o atacante do Vasco, cortado por Zagallo às vésperas do início do Mundial da França por contusão.
Outros jogadores também queriam a camisa 7 da seleção.
O zagueiro Edmílson, do Lyon, chegou até a se manifestar publicamente antes da definição.
"Gosto muito do 7. É o número da perfeição. É o número de Deus", afirmou o jogador, em Barcelona, onde a seleção treinou na semana passada. Mesmo sem ter conseguido esse número, o zagueiro gostou de ter sido inscrito com a camisa 5 (Anderson Polga, do Grêmio, vinha atuando com ela), que era uma das opções dadas ao treinador. (FV, JAB E SR)



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