São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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NA PELE

Jogadores estampam no corpo animais, anjos e nomes de parentes

Tatuagem vira moda na seleção

DOS ENVIADOS A KUALA LUMPUR

Antes desprezada pelos boleiros, a tatuagem está na moda na seleção. De marcas tribais até temas infantis, os desenhos gravados na pele com agulhas são um dos hobbys de parte do grupo que vai estar no Mundial.
Diferentemente das gerações anteriores, seis convocados pelo técnico Scolari já se tatuaram.
"A tatuagem já deixou de ser encarada como uma coisa de bandido ou de maconheiro. Ela é um modismo que está ganhando o mundo. Nós não ficamos fora disso", disse o volante Vampeta, do Corinthians. ""A seleção não vai ganhar ou perder a Copa por ter um desenho gravado na pele", acrescentou.
Vampeta é o jogador mais tatuado da seleção no Mundial. O volante já fez três desenhos no corpo. "Essa minha mania começou na Holanda, quando fui jogar lá por volta de 94. A partir daí, decidi fazer mais alguns desenhos", lembrou Vampeta, que preferiu tatuar uma criança dormindo com uns bichinhos de pelúcia no braço direito na sua primeira vez. Em seguida, fez um tigre. A terceira tatuagem é um desenho tribal na parte interna do antebraço direito.
O volante, agora, afirma que não vai mais se tatuar. "Três está ótimo. Ou fica muito estranho."
Atualmente, o principal aficionado por tatuagens no grupo é o atacante Edílson, do Cruzeiro. ""Comecei a fazer esses desenhos no meu corpo na onda do Vampeta. Acabei gostando e não vou parar por aí", contou ele, que tatuou um anjo no braço direito. Meses depois, pagou cerca de R$ 1.000 para desenhar um lobo no braço esquerdo.
As duas tatuagens foram feitas no ano passado, no Rio, quando jogava pelo Flamengo.
Outro tatuado na era Scolari é o lateral-esquerdo Roberto Carlos, do Real Madrid. Ele tem um desenho tribal no braço esquerdo. Já o meia-atacante Rivaldo, do Barcelona, desenhou um dragão nas suas costas.
A mania de parte dos jogadores por tatuagens pôs fim a um tabu na seleção. Até a Copa de 98, nenhum jogador gostava de exibir ou assumir publicamente que tinha um desenho gravado na própria pele.

Declaração de amor
Para cada jogador da seleção de Scolari, a tatuagem tem um simbolismo diferente.
O atacante Ronaldo, da Inter de Milão, decidiu homenagear o seu filho Ronald ao fazer a sua primeira na perna direita. A tatuagem foi realizada na Itália, no final do ano passado. Além do nome do filho, o jogador pediu ainda para ser desenhado na mesma perna um anjo.
O lateral-direito Belletti, do São Paulo, tem as iniciais do nome de sua mulher gravadas no braço direito. "Isso é uma declaração de amor", contou o atleta.
Até o final da Copa, novas tatuagens poderão aparecer na seleção. "Como não consegui me tatuar em Barcelona, vou tentar usar uma das folgas lá no Japão para fazer mais uma", disse Edílson. "Se tatuagem não doesse tanto para fazer, eu teria umas dez." (FV, JAB E SR)



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