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NA PELE
Jogadores estampam no corpo animais, anjos e nomes de parentes
Tatuagem vira moda na seleção
DOS ENVIADOS A KUALA LUMPUR
Antes desprezada pelos boleiros, a tatuagem está na moda na
seleção. De marcas tribais até temas infantis, os desenhos gravados na pele com agulhas são um
dos hobbys de parte do grupo
que vai estar no Mundial.
Diferentemente das gerações
anteriores, seis convocados pelo
técnico Scolari já se tatuaram.
"A tatuagem já deixou de ser
encarada como uma coisa de
bandido ou de maconheiro. Ela
é um modismo que está ganhando o mundo. Nós não ficamos fora disso", disse o volante
Vampeta, do Corinthians. ""A
seleção não vai ganhar ou perder a Copa por ter um desenho
gravado na pele", acrescentou.
Vampeta é o jogador mais tatuado da seleção no Mundial. O
volante já fez três desenhos no
corpo. "Essa minha mania começou na Holanda, quando fui
jogar lá por volta de 94. A partir
daí, decidi fazer mais alguns desenhos", lembrou Vampeta,
que preferiu tatuar uma criança
dormindo com uns bichinhos
de pelúcia no braço direito na
sua primeira vez. Em seguida,
fez um tigre. A terceira tatuagem é um desenho tribal na parte interna do antebraço direito.
O volante, agora, afirma que
não vai mais se tatuar. "Três está
ótimo. Ou fica muito estranho."
Atualmente, o principal aficionado por tatuagens no grupo
é o atacante Edílson, do Cruzeiro. ""Comecei a fazer esses desenhos no meu corpo na onda do
Vampeta. Acabei gostando e
não vou parar por aí", contou
ele, que tatuou um anjo no braço direito. Meses depois, pagou
cerca de R$ 1.000 para desenhar
um lobo no braço esquerdo.
As duas tatuagens foram feitas
no ano passado, no Rio, quando
jogava pelo Flamengo.
Outro tatuado na era Scolari é
o lateral-esquerdo Roberto Carlos, do Real Madrid. Ele tem um
desenho tribal no braço esquerdo. Já o meia-atacante Rivaldo,
do Barcelona, desenhou um
dragão nas suas costas.
A mania de parte dos jogadores por tatuagens pôs fim a um
tabu na seleção. Até a Copa de
98, nenhum jogador gostava de
exibir ou assumir publicamente
que tinha um desenho gravado
na própria pele.
Declaração de amor
Para cada jogador da seleção
de Scolari, a tatuagem tem um
simbolismo diferente.
O atacante Ronaldo, da Inter
de Milão, decidiu homenagear o
seu filho Ronald ao fazer a sua
primeira na perna direita. A tatuagem foi realizada na Itália,
no final do ano passado. Além
do nome do filho, o jogador pediu ainda para ser desenhado na
mesma perna um anjo.
O lateral-direito Belletti, do
São Paulo, tem as iniciais do nome de sua mulher gravadas no
braço direito. "Isso é uma declaração de amor", contou o atleta.
Até o final da Copa, novas tatuagens poderão aparecer na seleção. "Como não consegui me
tatuar em Barcelona, vou tentar
usar uma das folgas lá no Japão
para fazer mais uma", disse
Edílson. "Se tatuagem não doesse tanto para fazer, eu teria
umas dez."
(FV, JAB E SR)
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