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Seletiva nacional do hipismo pode não selecionar ninguém
Após metade do qualificatório, só um ginete supera "nota de corte" do Pan
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Iniciada com 70 conjuntos
atrás de três vagas, a seletiva
nacional do hipismo chegou
ontem à metade com 11 sobreviventes. Deles, apenas um, o
vencedor, Vitor Alves Teixeira,
está dentro do critério técnico
estipulado pela confederação
para compor o time do Pan.
Se nenhum conjunto encerrar o processo dentro da meta
estipulada pelos dirigentes (28
pontos perdidos em duas competições), as três vagas remanescentes da equipe nacional
que vai ao Pan serão preenchidas por critérios subjetivos.
E podem ficar com cavaleiros
radicados na Europa.
Após convocar Bernardo Alves e Rodrigo Pessoa (que
atuam naquele continente), a
CBH (Confederação Brasileira
de Hipismo) abriu seletiva nacional para preencher as outras
três vagas do time.
São dois eventos, em que cada conjunto realiza três percursos. Quem somar mais de 28
pontos perdidos nas duas competições está fora do Pan.
Na prova encerrada ontem
em São Paulo, Teixeira ficou
com 12,68 pontos. Ele é o único
que assegura vaga no Pan se repetir sua performance na etapa
final da seletiva, que acontece
no Rio -na pista dos Jogos-
no início de junho.
Atrás dele, há dez conjuntos
que não cumprirão o critério
técnico se repetirem o que fizeram em SP. É o caso de Rodrigo
Sarmiento, o único ginete a "zerar" -completar o percurso de
ontem sem cometer faltas e
dentro do tempo limite.
"Agora tenho que ganhar a
prova de caça [velocidade] e zerar as outras duas no Rio", diz
ele, que acumula 23,38 pontos.
Apesar da situação difícil -se
derrubar um único obstáculo
ele já estará muito perto do limite de 28 pontos, pois cada
falta acrescenta 4 à pontuação
do conjunto-, Sarmiento elogia o critério da CBH, definido a
partir do desempenho das
equipes medalhistas de bronze
nos últimos quatro Pans.
"O nível tem que ser este
mesmo. Se não conseguir fazer
a média, não tem que ir ao Pan."
Já Teixeira critica o sistema
de seleção, apesar do resultado
favorável. "Sou contra esse critério técnico, acho absurdo e
infeliz", resume o veterano de
três Olimpíadas e cinco Pans.
Para ele, que monta Petra Z,
égua da filha do publicitário
Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, o
maior problema na meta imposta pela CBH é o fato de os
brasileiros terem tido, na seletiva, o primeiro contato com o
piso que será usado no Pan.
Em quarto lugar na seletiva
(16,51 pontos), Karina Johannpeter aponta que o índice técnico foi "extremamente exigente". Bronze por equipes em
Santo Domingo-03, ela defende que os três primeiros da seletiva deviam ir à equipe do
Pan, independentemente da
pontuação que fizerem.
Já Maurício Manfredi, presidente da CBH, aponta que a
realidade dos conjuntos no país
é mesmo ter poucos concorrentes à vaga na equipe do Pan.
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