São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2007

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Platini recua em meio a decisão "anticampeã"

Final Liverpool x Milan opõe clubes de ligas ricas que não ganharam o Nacional

Novo presidente da Uefa acenava com mais espaço no nobre interclubes para os times de países alternativos, mas volta atrás após eleição


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira final da Copa dos Campeões da era Michel Platini à frente da Uefa reunirá amanhã em Atenas dois clubes que, no discurso original do dirigente francês, mal deveriam estar na disputa do nobre torneio.
"Minha filosofia é dar preferência ao campeão de um país pequeno em detrimento de um quarto colocado de um grande campeonato", dizia Platini antes de ser eleito em janeiro presidente da entidade que rege o futebol europeu. Acenava com uma revolução. ""Por que não botar seis times da Inglaterra?", ironizava ele sobre a elitização da Copa dos Campeões.
Liverpool e Milan não entraram na atual edição nem como campeões nem como vice-campeões de seus ricos países e campeonatos. Terminaram seus Nacionais passados na terceira posição, se não descontarmos os pontos tirados do Milan no tapetão devido à manipulação de resultados no calcio.
Pela punição original, o Milan não ficaria nem em quarto lugar em seu país, o que o impediria de jogar a Champions League até nas regras atuais -as ligas mais fortes, as de Espanha, Inglaterra e Itália, mandam quatro times para a badalada competição continental.
O Liverpool não é campeão inglês desde 1990, e o Milan só ganhou um scudetto neste século. Apesar disso, os dois clubes são freqüentadores assíduos da Copa dos Campeões. Especialistas na disputa (juntos, têm 11 títulos), já venceram o cobiçado troféu neste século.
O Milan, campeão europeu de 2003, tinha sido quarto colocado no Italiano 01/02. O Liverpool, campeão europeu de 2005, fora quarto colocado no Inglês 03/04. Neste ano, o rubro-negro italiano ocupa a quarta posição do Italiano (falta uma rodada), e o Liverpool ficou em terceiro lugar de novo.
"Há cinco anos, pensava em mudar a fórmula [impedir tantas vagas para as ligas mais fortes na Copa dos Campeões]. Falei, escutei e compreendi muitas coisas. Voltei atrás", afirmou Platini à revista ""France Football" na última semana.
Desde a transformação da Copa dos Campeões em Champions League na temporada 1992/93, nenhum time de liga mediana na Europa ficou com o título -o último campeão que pode ser considerado alternativo foi o Estrela Vermelha, da então Iugoslávia, em 1991.
"De 2002 até hoje, a equipe italiana que fez mais e melhor na Europa foi sempre o Milan. Cinco anos que mereceram duas cartas de elogios da Uefa", destacava ontem o site do Milan, cujo técnico, Carlo Ancelotti, também enaltece a vocação para a Copa dos Campeões.
"A tradição do nosso clube na Europa e a nossa filosofia pesam", diz o treinador do Milan.
O Liverpool tem cinco títulos, o último conquistado em cima do Milan em 2005. Se ganhar, será hexa, como o rival.
"É difícil focar todos os jogos, ainda mais quando se está longe do topo. Talvez por isso jogamos melhor na Copa dos Campeões. Precisamos vencer um jogo só", diz, por sua vez, Rafael Benítez, técnico do Liverpool.


Com agências internacionais

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