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Pontuação decisiva se multiplica nos tatames
Número de lutas do judô encerradas por ippon cresce com as novas regras
Proibição à catada de pernas dá vantagem a lutadores mais técnicos em eventos de elite, como o Grand Slam, que tem início hoje, no Rio
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O público que acompanhar a
etapa do Rio do Grand Slam de
judô, disputada hoje e amanhã,
no Maracanãzinho, no Rio, assistirá a mais combates definidos por ippon ("golpe perfeito") do que na edição passada.
É isso que mostram as estatísticas de competições de alto
nível técnico que tiveram edições antes e depois da mudança
de regras do ano passado.
Na etapa de Paris do Grand
Slam deste ano, foram disputados 226 lutas no masculino e
132, ou 58% delas, foram decididas por meio de ippon, quando o rival é projetado e suas
costas tocam o tatame ou quando fica imobilizado por 25s.
Esse percentual foi menor no
ano passado, 51%. Em 223 combates entre os homens, 114 foram definidos por ippon.
Ao comparar o Europeu deste ano com o passado, a diferença é maior. Em 2009, foram 79
ippons em 173 duelos, percentual de 46%. Neste ano, em 205
combates, 117 ippons, ou 57%.
Um crescimento de 11%.
Na raiz do crescimento do
número de ippons estão as novas regras, que propiciam que
os lutadores mais técnicos desenvolvam melhor suas lutas.
A principal foi a proibição da
pegada abaixo da linha de cintura que travava os combates.
Os lutadores de técnica apurada ganharam com isso. Como
os brasileiros Tiago Camilo (categoria até 90 kg) e Leandro
Guilheiro (até 81 kg).
"A luta voltou a ser de pé. Isso
valorizou os golpes executados
com técnica e quem tem um
bom jogo de pernas", argumenta Douglas Vieira, um dos técnicos da seleção brasileira.
"As regras mudaram, mas
meu poder de ataque não foi
prejudicado", explica Guilheiro, que compete no Rio depois
de três pódios seguidos, nos
Grand Slams de Tóquio (bronze) e Paris (ouro) e na Copa do
Mundo da Tunísia (foi prata).
No Grand Slam francês, o judoca brasileiro definiu todos os
seus combates por ippon.
Ele cita outras mudanças que
deram mais dinâmica às lutas.
"A extinção do koka [pontuação mais fraca do judô], a sequência do combate mesmo
quando um lutador estiver fora
da área de luta, tudo ajuda."
Se as novas regras ajudaram
alguns, outros tiveram que se
adaptar. É o caso de Nacif Elias
(até 81 kg), que tinha a catada
de pernas e o abraço, também
banido, como golpes preferidos. "É uma revolução, tive que
mudar a técnica para um estilo
mais japonês", disse o lutador.
NA TV - Grand Slam de judô do Rio
Sportv 2, ao vivo, às 16h30
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