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Parque Antarctica fecha, mas arena ainda é papel
Palmeiras faz último jogo oficial no estádio, cuja reforma ainda enfrenta impasse
Antes de assinar o contrato com a WTorre e iniciar obra, diretoria precisa solucionar pendências burocráticas e derrubar oposição política
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O torcedor do Palmeiras que
atravessar os portões do Parque Antarctica hoje após o jogo
contra o Grêmio vai olhar para
trás sem saber a data do reencontro com sua "casa" -informação que nem a diretoria consegue cravar com convicção.
Em teoria, será o último jogo
oficial do time em seus domínios antes de o estádio virar um
canteiro de obras e transformar-se em uma arena multiuso. O prazo de entrega previsto:
dezembro de 2012.
Na prática, porém, o maquinário só começará a remodelar
os "jardins suspensos" se o clube resolver dois problemas, um
documental e outro político.
Segundo o assessor especial
do clube, Antonio Carlos Corcione, que lida com a parte jurídica do processo, ainda existem
duas pendências burocráticas.
Como a obra requer a derrubada de algumas árvores, o Palmeiras é obrigado a replantá-las em locais a serem determinados pela Secretaria do Meio
Ambiente do Estado de São
Paulo. "Ela precisa dizer quantas e onde", diz Corcione.
Isso, de acordo com o dirigente, ocorrerá dentro do programado -a WTorre, empresa
responsável pela reforma do
estádio, espera começar o serviço até 15 de junho. Com o aval
da secretaria até esse dia, o assunto estará resolvido.
Outra questão são as certidões negativas de débitos. Basicamente, o Palmeiras tem de
comprovar que determinadas
dívidas federais já estão contempladas na Timemania, a loteria criada pelo governo para
sanar os rombos dos clubes.
"Vamos mostrar isso ao juiz.
Creio que em dez dias teremos
a certidão", diz Corcione.
De posse das certidões, Palmeiras e WTorre poderão, enfim, assinar o contrato de cessão de uso do espaço, que dará à
empresa o direito de explorar a
arena por 30 anos antes de "devolvê-la" às mãos do clube.
"A minuta do contrato já está
pronta, redondinha. As obras
começarão imediatamente depois da assinatura", afirma o diretor de planejamento palmeirense e coordenador do comitê
gestor da arena, José Cyrillo Jr.
Ele sabe, porém, que o problema não é só esse. Pensando
como engenheiro, Cyrillo está
tranquilo quanto aos trâmites
do projeto. Levando em conta a
briga política dentro do clube,
ainda é cedo para comemorar.
Isso porque o grupo oposicionista já se arma nos bastidores para interromper o processo.
"Nossos advogados acham
que não tem justificativa jurídica. Mas, se conseguirem um
mandado na Justiça, a obra não
começa, enquanto a briga se arrastar", adverte Cyrillo.
Ou seja, hoje a torcida poderá
assistir tanto ao adeus do goleiro Marcos ao Parque Antarctica quanto à continuação da disputa pelo poder que tem minado o Palmeiras fora de campo.
Nesse caso, a despedida terá
ares de um mero "até breve".
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