São Paulo, sexta, 22 de maio de 1998

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JUCA KFOURI
OK, nós vencemos

Graças à firmeza desta Folha e às diversas manifestações de repúdio pelo mundo afora, habemus credencial.
Será impossível listar todas as pessoas e as instituições que se manifestaram, a quem o jornalismo independente, em geral, e eu, pessoalmente, devemos agradecimentos.
Pela prontidão e eficiência, agradeço à ANJ como símbolo de todas as instituições que protestaram, da ABI à CUT.
Impossível citar os autores de quase 300 -296 para ser preciso- e-mails que recebi, além de todos os faxes e telefonemas, misturando amigos leitores e amigos pessoais.
Do A de Alberto Dines e Armando Nogueira -com abençoada indignação- ao S de Matinas Suzuki Jr. -que me comoveu-, passando pela saudável ira do R de Realli Jr., da Rádio Jovem Pan, quero agradecer também aos companheiros, muitos deles que de mim divergem, pelo apoio irrestrito. Sou grato ao carinho de Luís Fernando Veríssimo; à graça de Tuty Vasquez; à cobertura dos jornais de um extremo ao outro do país, do "Zero Hora", de Porto Alegre, ao "O Povo", de Fortaleza.
Meus cúmplices Flávio Prado, José Trajano e doutor Sócrates e a esmagadora maioria das emissoras de rádio, grandes ou pequenas deste país, foram todos extremamente solidários.
Por tudo isso, admito, fiquei com um sentimento estranho entre alegria, alívio e pena pelo recuo tão rápido da Fifa.
Mas é claro que, brincadeiras à parte, prevalece o orgulho de nossa vitória.

Não é piada: dois lusos xiitas, ainda inconformados com o argentino Castrilli, resolveram alugar um helicóptero, mandaram fazer fantasias idênticas ao Serelepe, o mascote da Federação Paulista de Futebol, e estavam dispostos a descer no gramado do Morumbi no domingo da decisão entre São Paulo e Corinthians.
Então, roubariam a taça de campeão sob as vistas de todos e a jogariam no rio Tietê.
O plano só não deu certo porque o piloto, num acesso de bom senso, se deu conta de que certamente seria seguido pelos helicópteros das emissoras de TV lá presentes e de que teria graves problemas com o DAC, o departamento de controle de vôos.
Frustrados, os dois amigos resolveram melar a decisão dos aspirantes, entre a própria Lusa e o Guarani, coisa que fizeram sem maiores dificuldades. E que fariam mesmo se a taça destruída tivesse o rumo ao Canindé.



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