São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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QUARTAS/ ONTEM

Eriksson diz que time não soube desarmar

Para rival, controle da bola fez a diferença

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SHIZUOKA

Os ingleses saíram de campo impressionados com a seleção brasileira. Não pelo talento, que diziam já conhecer, mas pela tranquilidade e pela garra demonstradas em campo.
""Não há uma grande diferença técnica [entre brasileiros e ingleses", embora seja indiscutível que o Brasil jogue de forma brilhante", disse David Beckham.
""Só lamento que não aproveitamos a vantagem de um homem, mas é que eles se superaram. Jogaram com vontade e se mantiveram tranquilos mesmo depois da expulsão [de Ronaldinho"."
Sven Goran Eriksson, sueco que dirige a Inglaterra, concorda com Beckham. ""Eles têm mais capacidade do que a gente para segurar a bola. Quando tiveram a bola nos pés, dificilmente conseguimos tirá-la deles", comentou.
Eriksson reconheceu que, especialmente no segundo tempo, sua equipe decepcionou. ""Não demos um chute a gol, não conseguimos dominar a partida, mesmo com um homem a mais em campo."
Um dos motivos para a queda no rendimento inglês na etapa final, para Eriksson, foi o cansaço.
Após o jogo, ele foi pressionado pela imprensa inglesa, que dizia que os ingleses não estão com bom preparo físico. Contra a Dinamarca, a equipe também tinha atuado melhor no primeiro tempo, quando marcou os três gols, e caído de produção na fase final.
Mas Eriksson preferiu responsabilizar o calor e o horário da partida pelo cansaço dos ingleses.
""Fizemos a dança da chuva, não deu certo", lamentou, voltando a reclamar do fato de a partida ter começado às 15h30 locais, quando a temperatura era de 28,4C.
Agora que a Inglaterra está fora, Eriksson acha que o Brasil tem tudo para ficar com o título. ""Eles são os melhores, podem avançar à final e ganhar a Copa se continuarem a jogar assim, com talento, vontade e serenidade."
Mas faz um alerta. Acha que o time de Scolari não pode achar que o jogo contra a Inglaterra foi a final antecipada do Mundial.
"Não é bem assim. Foi um jogo importante, porque os levou às semifinais. Mas agora eles têm mais duas etapas pela frente e devem entrar com tanta força de vontade quanto entraram contra a gente. Se pensarem diferente, podem se complicar e tropeçar."
E diz que agora vai pensar na Eurocopa, torneio que será em Portugal em 2004. Porque ""perdemos, mas a vida continua".



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