|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Só Adriano, presente em todas as convocações do treinador, se destaca
Queridinho de Parreira faz seleção evitar novo fiasco
DO ENVIADO A LYON
Um habituê da seleção na nova
gestão Carlos Alberto Parreira
evitou que o Brasil ficasse ontem
muito perto da eliminação na Copa das Confederações-2003.
O atacante Adriano, 21, presente em todas as convocações feitas
pelo treinador na temporada,
marcou o gol da vitória contra os
EUA. Além disso, foi o recordista
de finalizações da partida -foi
responsável, segundo os números
da Fifa, por 7 das 13 conclusões
brasileiras no duelo.
O jogador do Parma, que teve
boa passagem pelo Flamengo, foi
resgatado para o time nacional
depois de ser ignorado por Luiz
Felipe Scolari na formação do
elenco pentacampeão na Coréia
do Sul e no Japão. Antes, havia sido chamado na caótica passagem
de Emerson Leão pelo cargo.
"Estou trabalhando para ganhar meu espaço. Vontade é o
que não falta", diz o atacante, que
já havia marcado uma vez contra
Nigéria, na primeira vitória de
Parreira após sua volta à seleção.
Adriano comemorou a entrada
de Alex no time. "Com ele, o time
ganha em movimentação", disse
ele. Já o jogador do Cruzeiro, que
atuou pela primeira vez na seleção
sob as ordens de Parreira, foi mais
comedido. "Ainda falta acertar o
último passe", afirmou.
O jogo de ontem começou muito faltoso. Só nos três primeiros
minutos, o juiz Lucílio Cardoso
marcou quatro infrações.
Quando a bola rolava, o Brasil
jogava como o planejado por Parreira, com Ricardinho aberto na
esquerda, dando espaço para Alex
criar no meio. Assim, logo o time
conseguiu criar, como aos 7min,
quando Adriano girou e bateu
forte, mas na direção errada.
Na segunda oportunidade que
teve, o atacante do Parma não falhou. Aos 22min, ele pressionou e
aproveitou a falha da defesa americana, avançou sozinho e tocou
na saída do goleiro Howard, que
defendeu o primeiro chute, mas
nada pôde fazer no rebote.
Mesmo em desvantagem no
placar, os EUA não passaram a arriscar mais e permaneciam com
todo o time na marcação.
Dessa forma, a meta de Dida só
foi ameaçada de verdade aos
45min, quando Stewart puxou
um contra-ataque e tocou na área
para Donovan, que chegou atrasado, foi derrubado por Kleberson e não teve como concluir.
No segundo tempo, a seleção
brasileira novamente tomou a iniciativa com a dupla Alex/Adriano.
Aos 5min, o primeiro bateu falta
para o segundo, que cabeceou
forte e só não ampliou por ótima
defesa de Howard.
Anteontem, Parreira treinara
exaustivamente essa jogada. "Vai
que a bola do Alex é rápida", gritava o técnico aos pupilos.
Com o passar do tempo, entretanto, o domínio brasileiro foi se
arrefecendo, e os EUA, principalmente com Donovan pelo lado
esquerdo da defesa sul-americana, passou a pressionar.
Para tentar retomar o domínio,
Parreira fez duas substituições.
Primeiro, mudou na lateral direita. Sacou Belletti e colocou Maurinho. Depois, trocou Alex por Gil.
Não adiantou. O time ficou ainda
mais apático e teve que se contentar com a magra vitória de um gol
de diferença.
"Os jogos contra os EUA sempre foram apertados. Joguei seis
vezes contra eles. Sempre ganhei,
mas no aperto", disse o treinador,
que foi irônico com os jornalistas.
"Se vocês perceberam, como
analistas quase que perfeitos, eles
ficaram com dez jogadores da intermediária para trás", completou
Parreira.
(PAULO COBOS)
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Frase Índice
|