UOL


São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANÁLISE

Argentino volta a se achar especial com Manumania

NELSON A. DA SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Hoje, nem um Boca x River move tanto os argentinos.
Ginóbili é aquele que todos desejam ser. Que prova, mesmo diante de adversidades sócio-econômicas, que talento e coração valem em todo lugar, contra quem quer que seja.
A conquista da NBA, somada à grande performance no Mundial de 2002 -e o desastre do futebol na última Copa do Mundo-, concebeu este novo idílio, outro romance entre um gênio e o público.
Como a idolatria de Maradona antes, a Manumania tem raízes sociológicas -e, por que não?, até psicológicas.
A idéia do "patrimônio nacional", exacerbada pela imprensa e explorada pelos políticos, contribui para a formação de uma cultura de adulação com tintas xenófobas. Como dizia um velho general, "para um argentino, nada melhor do que outro argentino".
Por isso, por meio das hábeis mãos do longilíneo e simpático Ginóbili, trata-se novamente de demonstrar que os argentinos somos realmente feitos de uma "madeira especial".
Como antes ocorreu com o tenista Guillermo Vilas, com o piloto de F-1 Carlos Reutemann (hoje, adivinhe, um político) ou ainda com o futebol no Mundial de 1986, o que importa é ver a bandeira alviceleste no alto do mastro.
Por isso, agora, a Argentina descobriu o basquete, respira o basquete por todos os poros, uma verdadeira revolução esportiva. Pela primeira vez, por exemplo, as finais da NBA foram exibidas ao vivo para o país pela TV aberta. Incrível.


Nelson A. da Silva é argentino, repórter da revista "El Grafico" e foi amigo de infância de Emanuel Ginóbili na cidade de Bahía Blanca

Texto Anterior: Basquete: "Narigón" mostra à NBA o valor do detalhe
Próximo Texto: Panorâmica: Automobilismo: Brasileiros têm pior início na Indy desde 99
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.