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ANÁLISE
Argentino volta a se achar especial com Manumania
NELSON A. DA SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Hoje, nem um Boca x River
move tanto os argentinos.
Ginóbili é aquele que todos
desejam ser. Que prova, mesmo diante de adversidades sócio-econômicas, que talento e
coração valem em todo lugar,
contra quem quer que seja.
A conquista da NBA, somada
à grande performance no
Mundial de 2002 -e o desastre
do futebol na última Copa do
Mundo-, concebeu este novo
idílio, outro romance entre um
gênio e o público.
Como a idolatria de Maradona antes, a Manumania tem
raízes sociológicas -e, por que
não?, até psicológicas.
A idéia do "patrimônio nacional", exacerbada pela imprensa e explorada pelos políticos, contribui para a formação
de uma cultura de adulação
com tintas xenófobas. Como
dizia um velho general, "para
um argentino, nada melhor do
que outro argentino".
Por isso, por meio das hábeis
mãos do longilíneo e simpático
Ginóbili, trata-se novamente
de demonstrar que os argentinos somos realmente feitos de
uma "madeira especial".
Como antes ocorreu com o
tenista Guillermo Vilas, com o
piloto de F-1 Carlos Reutemann (hoje, adivinhe, um político) ou ainda com o futebol no
Mundial de 1986, o que importa é ver a bandeira alviceleste
no alto do mastro.
Por isso, agora, a Argentina
descobriu o basquete, respira o
basquete por todos os poros,
uma verdadeira revolução esportiva. Pela primeira vez, por
exemplo, as finais da NBA foram exibidas ao vivo para o
país pela TV aberta. Incrível.
Nelson A. da Silva é argentino,
repórter da revista "El Grafico" e
foi amigo de infância de Emanuel
Ginóbili na cidade de Bahía Blanca
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