|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Reservas dão a Scolari décima vitória
Recorde de triunfos seguidos em Copas, que pertence ao treinador, é ampliado com meio time trocado ante mexicanos
México teve grande chance de empatar, mas atacante Bravo jogou fora pênalti que pararia série do brasileiro, que agora pega a Holanda
GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL A GELSENKIRCHEN
Omar Bravo teve tudo para
dar fim à série mais vitoriosa de
um técnico nas Copas.
Bastava acertar um pênalti
para igualar o marcador do
duelo entre Portugal x México
e motivar seu time, àquela altura do jogo melhor em campo, a
buscar uma histórica virada.
Só que o atacante errou feio.
Aos 11min da etapa final, mandou a bola nas arquibancadas
do Estádio de Gelsenkirchen.
Festa de Luiz Felipe Scolari no
banco de reservas.
Sua estrela brilhou mais uma
vez. Mesmo poupando cinco titulares que estavam pendurados com cartões amarelos, o
treinador fez Portugal segurar
o 2 a 1 até o apito final.
É simplesmente o melhor
início do país em Mundiais desde 1966, quando, capitaneada
por Eusébio, a seleção terminou a competição em 3º lugar.
Naquela participação, o time
triunfou nos três jogos iniciais,
feito agora igualado pelo capitão Luis Figo e companhia.
São estatísticas que impressionam, mas talvez a mais impactante delas não esteja relacionada apenas a esta Copa.
A sofrida vitória de ontem foi
a décima de Scolari, 58, em
Mundiais. Antes, já tinha no
currículo sete resultados positivos na invicta campanha do
Brasil pentacampeão em 2002.
Nunca um técnico atingiu o
segundo dígito na sua lista de
jogos sem ter contabilizado um
revés. "Dez vitórias é algo que
marca a vida de qualquer um, e
em especial a minha", diz.
Parecia que seria fácil alcançar a façanha, dada a facilidade
que seu time encontrou para
vencer a defesa mexicana no
início do jogo. "Acho que fomos
perfeitos nos primeiros 25 minutos", diz o técnico, ao se referir aos gols de Maniche (5min)
e Simão Sabrosa (23min).
Só que o ritmo caiu. Os mexicanos, que corriam o risco de ficar fora da próxima fase em caso de vitória folgada de Angola,
aproveitaram e diminuíram
com Fonseca, ainda na etapa
inaugural. A pressão começou,
mas não perturbou Scolari.
"É claro que eu queria evitar
os cartões, mas também queria
mostrar aos reservas que eles
podem de brigar por uma vaga."
Uma decisão dessas complicou ainda mais a vida de Ricardo Lavolpe, o técnico que estava do outro lado. Em atrito com
a imprensa mexicana -chegou
a jogar água em jornalistas durante um treino- ele agora
também perdeu o apoio dos
torcedores, inconformados
com o placar obtido diante de
uma seleção com reservas.
Ao mesmo tempo em que era
chamado de "burro" por alguns
mexicanos, Lavolpe tentava explicar o marcador. "Falhávamos sempre na bola decisiva,
na hora de marcar. Isso é muito
ruim. Precisamos melhorar para progredir na competição."
De fato, precisam. O próximo
adversário é a temida Argentina, que aplicou a maior goleada
do torneio até aqui (6 a 0 sobre
Sérvia e Montenegro).
Aos portugueses, a Holanda,
no domingo, e a chance de estender a façanha de seu técnico.
Quando ia para o ônibus da
equipe, foi indagado sobre
quando a série de triunfos iria
terminar. "Na 14ª, aí dá para
parar." É exatamente o que falta para o título.
Texto Anterior: Palpite: Sérvio projeta Gana nas semifinais Próximo Texto: Frase Índice
|