São Paulo, domingo, 22 de junho de 2008

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Russos roubam a magia da Holanda

Liderada pelo camisa 10 Arshavin, seleção do técnico holandês Guus Hiddink vence na prorrogação e vai às semifinais

Rússia faz 3 a 1, elimina sensação do campeonato e confirma queda de mais um líder da primeira fase, que une-se a Portugal e Croácia


DA REPORTAGEM LOCAL

Guus Hiddink "traiu" sua pátria, viu Arshavin vencer o duelo dos camisas 10 com Sneijder e mostrou à Europa que os russos podem ser tão ou mais brilhantes que os holandeses.
Ontem, na Suíça, o torneio que até então tinha na seleção laranja o exemplo mais bem acabado da união entre técnica e eficiência se curvou à nova sensação da Eurocopa-08.
Liderados por Arshavin, autor do gol que fechou a bela apresentação russa, os comandados de Hiddink venceram por 3 a 1 e esperam pelo ganhador de Espanha x Itália, que se pegam hoje, para saber quem enfrentarão na semifinal.
Favorita após ter vencido seus três compromissos pelo "grupo da morte" da competição -Itália (3 a 0), França (4 a 1) e Romênia (2 a 0)-, a Holanda foi dominada durante a maior parte do confronto.
E confirmou, assim, a inversão de papéis que a Euro tem feito nos mata-matas: quem liderou sua chave na primeira fase caiu. Portugal e Croácia, melhores dos grupos A e B, respectivamente, perderam para alemães e turcos nas quartas.
"É inacreditável o que eles fizeram. Psicologicamente, taticamente e tecnicamente, fomos melhores que os holandeses", comemorou Hiddink, que antes da partida havia manifestado seu desejo de ser "o maior traidor de todos", já que o cruzamento dos mata-matas reservara um embate contra a sua própria pátria.
O treinador viu seu time inverter os papéis e, em determinados momentos, jogar como o rival: com toques rápidos, investidas pelas pontas e muitos chutes de longa distância.
Pelo site da Uefa, a Holanda tentou mais arremates -28, contra 26 da Rússia. Mas não foi tão precisa. Acertou oito, contra 11 do oponente.
"Eu não quero usar palavras grandiosas, mas é quase um milagre", afirmou, incrédulo, Hiddink após a partida.
O feito começou a ser construído aos 11min da etapa final, quando Pavlyuchenko completou cruzamento de Semak e fez seu terceiro gol na Eurocopa.
Talvez a única falha russa na partida tenha sido não "matar" o jogo em uma das diversas oportunidades criadas.
O castigo veio aos 41min, com o gol de Van Nistelrooy, de cabeça, aproveitando cruzamento de Sneijder.
O empate no tempo normal levou o duelo para a prorrogação. E, aí, brilhou o camisa 10 da Rússia. Aos 7min do segundo tempo, Arshavin serviu Torbinski no segundo gol. Depois, aos 11min, fez o seu chutando por entre as pernas de Van der Saar. Na comemoração, pediu silêncio à torcida holandesa com o dedo indicador.
Eleito o melhor jogador da partida, Arshavin, 27, não atuou nas duas primeiras rodadas devido a uma suspensão sofrida ainda na etapa qualificatória da competição.


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