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VÔLEI
O recomeço
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O caminho do recomeçar
não é fácil. A renovada seleção brasileira, com jogadoras ainda inexperientes, até que tem surpreendido: em seis jogos, quatro
vitórias. Das duas derrotas, uma
para as russas era mais do que esperada. A outra, para a Alemanha, mostra que ainda há um
longo caminho a percorrer.
O saque pouco agressivo, a recepção irregular e a inexperiência
das duas levantadoras são os
pontos mais frágeis do time. E as
próprias jogadoras, muitas convocadas para o Grand Prix depois
do pedido de dispensa de cinco titulares, sabem que vão ter de trabalhar muito nesta temporada.
Não por acaso, na última semana, quando o técnico Marco Aurélio Motta pediu para que cada
atleta definisse em uma palavra o
momento do time no Grand Prix,
a mais citada foi superação. E a
equipe, formada por algumas jogadoras que defenderam a seleção brasileira juvenil no ano passado, tem se superado.
Está certo que o Brasil teve sorte
na chave: só enfrentou a Rússia
uma vez e jogará também uma
vez contra a China. Na fase classificatória, não terá Cuba nem
EUA como rivais. No total, jogará
mais vezes com seleções mais frágeis: três contra a Alemanha e
duas com Japão e Tailândia.
Se for bem nos confrontos do
próximo fim de semana, o Brasil
pode ficar entre os quatro finalistas do Grand Prix, o que já será
uma grande conquista. Para isso,
vai precisar vencer Alemanha e
Tailândia. A outra adversária, a
China, não conta: será difícil superá-la. Em seis jogos, as chinesas
só perderam da Rússia.
Já com a seleção masculina, vai
tudo bem. Após o tropeço diante
da Polônia, o time retomou o rumo e bateu Portugal duas vezes
por 3 a 0. Para as finais da Liga, a
lição de casa é aprimorar ainda
mais o saque, a arma fundamental do vôlei moderno.
Das 16 participantes da Liga
Mundial, nenhuma seleção tem
decepcionado tanto como a Argentina. Em oito partidas, soma
seis derrotas, duas para a jovem
seleção portuguesa.
Nos próximos quatro jogos, a
equipe argentina não pode pensar em perder para manter alguma chance de chegar às finais.
O que mais surpreende é que
objetivo para esta temporada era
formar um time com possibilidades de chegar ao pódio no Mundial, que será na Argentina. Detalhe: faltam pouco mais de dois
meses para o início do torneio.
É certo que a Argentina é uma
seleção que depende de dois jogadores: o atacante Marcos Milinkovic e o levantador Javier Weber. Quando um dos dois não está
bem, a situação complica. Desta
vez, o desfalque é Weber, que está
machucado. Nicolas Efron e Hernan Ferraro estão se revezando
na posição.
Mas a Argentina também não
tem tradição de bons resultados
na Liga: em cinco participações, o
melhor que conseguiu foi o sétimo
lugar, em 1996 e 1997.
O Mundial encerra uma fase do
vôlei argentino. O técnico Carlos
Getzelevich vai deixar o posto
após a competição. Weber já decidiu que será seu último torneio
como levantador. Depois, vai se
dedicar à carreira de técnico.
Weber, 36 anos e que já comanda a equipe da Unisul, também
tem planos de assumir a seleção
argentina no lugar de Getzelevich. Ele já chegou a entregar para a Federação Argentina um
planejamento de renovação e
treino da equipe até Atenas-2004.
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