São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 2002

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VÔLEI

O recomeço

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O caminho do recomeçar não é fácil. A renovada seleção brasileira, com jogadoras ainda inexperientes, até que tem surpreendido: em seis jogos, quatro vitórias. Das duas derrotas, uma para as russas era mais do que esperada. A outra, para a Alemanha, mostra que ainda há um longo caminho a percorrer.
O saque pouco agressivo, a recepção irregular e a inexperiência das duas levantadoras são os pontos mais frágeis do time. E as próprias jogadoras, muitas convocadas para o Grand Prix depois do pedido de dispensa de cinco titulares, sabem que vão ter de trabalhar muito nesta temporada.
Não por acaso, na última semana, quando o técnico Marco Aurélio Motta pediu para que cada atleta definisse em uma palavra o momento do time no Grand Prix, a mais citada foi superação. E a equipe, formada por algumas jogadoras que defenderam a seleção brasileira juvenil no ano passado, tem se superado.
Está certo que o Brasil teve sorte na chave: só enfrentou a Rússia uma vez e jogará também uma vez contra a China. Na fase classificatória, não terá Cuba nem EUA como rivais. No total, jogará mais vezes com seleções mais frágeis: três contra a Alemanha e duas com Japão e Tailândia.
Se for bem nos confrontos do próximo fim de semana, o Brasil pode ficar entre os quatro finalistas do Grand Prix, o que já será uma grande conquista. Para isso, vai precisar vencer Alemanha e Tailândia. A outra adversária, a China, não conta: será difícil superá-la. Em seis jogos, as chinesas só perderam da Rússia.
Já com a seleção masculina, vai tudo bem. Após o tropeço diante da Polônia, o time retomou o rumo e bateu Portugal duas vezes por 3 a 0. Para as finais da Liga, a lição de casa é aprimorar ainda mais o saque, a arma fundamental do vôlei moderno.
Das 16 participantes da Liga Mundial, nenhuma seleção tem decepcionado tanto como a Argentina. Em oito partidas, soma seis derrotas, duas para a jovem seleção portuguesa.
Nos próximos quatro jogos, a equipe argentina não pode pensar em perder para manter alguma chance de chegar às finais.
O que mais surpreende é que objetivo para esta temporada era formar um time com possibilidades de chegar ao pódio no Mundial, que será na Argentina. Detalhe: faltam pouco mais de dois meses para o início do torneio.
É certo que a Argentina é uma seleção que depende de dois jogadores: o atacante Marcos Milinkovic e o levantador Javier Weber. Quando um dos dois não está bem, a situação complica. Desta vez, o desfalque é Weber, que está machucado. Nicolas Efron e Hernan Ferraro estão se revezando na posição.
Mas a Argentina também não tem tradição de bons resultados na Liga: em cinco participações, o melhor que conseguiu foi o sétimo lugar, em 1996 e 1997.
O Mundial encerra uma fase do vôlei argentino. O técnico Carlos Getzelevich vai deixar o posto após a competição. Weber já decidiu que será seu último torneio como levantador. Depois, vai se dedicar à carreira de técnico.
Weber, 36 anos e que já comanda a equipe da Unisul, também tem planos de assumir a seleção argentina no lugar de Getzelevich. Ele já chegou a entregar para a Federação Argentina um planejamento de renovação e treino da equipe até Atenas-2004.


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