São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2010

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JUCA KFOURI

A escolha do técnico


Qualquer nome brasileiro que não seja Luiz Felipe Scolari deve desagradar. Um estrangeiro?


A PALAVRA da moda na CBF é renovação, algo que teria integral apoio desta coluna se começasse por onde teria de começar, pelo começo, isto é, pela presidência da entidade, ocupada há 21 anos pelo mesmo senhor, Fidel C..., quer dizer, Ricardo Teixeira.
Mas é impressionante como ele se livra de qualquer responsabilidade pelos erros que comete, numa atitude que beira o autismo, embora disfarçada por pose imperial.
Teixeira deve anunciar até segunda-feira o novo técnico da seleção brasileira, tantas rimas e, aparentemente, nenhuma solução, porque está praticamente descartado o nome de Felipão.
Só ele seria aceito de norte a sul, de leste a oeste.
Mano Menezes, muito falado nas últimas horas, embora incomparavelmente mais dotado do que Dunga, precisa ir além do que obteve no Grêmio e no Corinthians, um vice da Libertadores pelo tricolor gaúcho e uma Copa do Brasil pelo alvinegro.
Porque convenhamos que subir com ambos não foi nada mais do que sua obrigação -e olhe que no Grêmio ele só não foi degolado por causa daquele épico absurdo chamado de "A Batalha dos Aflitos", pois títulos estaduais são títulos estaduais, nada além disso. Mano precisa amadurecer e gostar mais do jeito brasileiro de jogar.
Coisa de que Vanderlei Luxemburgo até gosta, apesar de não conseguir pôr em prática já faz tempo, além de ser sinônimo de encrenca, algo que Teixeira já providencia sem precisar de ajuda.
Muricy Ramalho, o de melhor currículo recente, tem a estranha mania da independência, o que não deve agradar ao Imperador Ricardo 1º, e Único.
E o nome de Abel Braga parece dessas coisas que caem do céu, de repente, como caíram os nomes de Leonardo e Ricardo Gomes, sem o menor sentido.
Por tudo isso é que, diante da recusa de Felipão, um comandante novo e ousado da CBF trataria de buscar a solução fora do país, em alguém como Johan Cruyff, um holandês que gosta tanto da escola brasileira que disse, na Copa, não estar disposto a pagar um tostão para ver o time de Dunga. Vitorioso como técnico do Barcelona, fala espanhol na perfeição e não teria dificuldade em ser entendido.
Como o português José Mourinho, apesar de mais difícil por ter acabado de assinar contrato com o Real Madrid.
Mas não temos nem teremos o comandante novo, muito menos o ousado, razão pela qual devemos temer que venha por aí um outro Sebastião Lazaroni ou, quem sabe, alguém da própria família Teixeira, quer dizer, Havelange.

blogdojuca@uol.com.br


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