São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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VÔLEI

Veloz, seleção fura muralha russa e garante vaga antecipada

DO ENVIADO A ATENAS

Com velocidade, como queria o técnico Bernardinho, a seleção masculina de vôlei destruiu a muralha russa, manteve sua invencibilidade no torneio olímpico e assegurou, com uma rodada de antecedência, a vaga para o mata-mata de quartas-de-final.
O triunfo sobre a Rússia, em um Estádio da Paz e Amizade que contou com 5.400 torcedores, foi o quarto passo cumprido pelo Brasil na chamada "missão Atenas", termo utilizado por Bernardinho para se referir à campanha que visa à medalha de ouro.
Antes de derrubar os russos por 3 a 0 (25/19, 25/13 e 25/23), a equipe havia batido, pela ordem, Austrália (3 a 1), Itália (3 a 2) e Holanda (3 a 1). Líder do Grupo B, o Brasil encerra sua participação na primeira fase amanhã, às 15h30, contra os EUA. A vitória vale a primeira colocação na chave.
Bem mais baixos que os russos (média de 1,94 m contra 2,02 m), os brasileiros fizeram uma partida quase perfeita, superando-os no bloqueio (10 pontos a 5) e no saque (5 pontos feitos, nenhum tomado). Erraram menos (11 a 15) e, para completar, anularam o gigante Dyneikyn, de 2,15 m, maior pontuador do time nos Jogos -ontem, marcou só um.
"A equipe entrou concentrada do primeiro ao último ponto. Fizemos uma grande partida", afirmou o central Gustavo.
"Tivemos empenho tático, e tudo funcionou bem. Bloqueio, defesa, saque, cobertura, ataque. Tudo. Conseguimos matá-los. Valeu", acrescentou o líbero Escadinha, que ontem registrou 2,67 defesas por set -é, após quatro rodadas, o segundo melhor de sua posição na competição, atrás só do francês Henno.
Foi a quinta vitória do Brasil contra a Rússia em seis jogos na era Bernardinho -desde 2001.
"A equipe foi consistente. Foi o que eu pedi a eles. E tem que ser mais consistente daqui para a frente", disse Bernardinho.
O técnico destacou também a força do conjunto. "Fiquei feliz que não teve nenhum herói, todos foram muito bem, ninguém especificamente sobressaiu."
Gustavo, com 15 pontos, e Giba e Dante, com 14, foram os principais anotadores. André Nascimento somou outros oito.
Os jogadores pareceram estar cientes de que é preciso repetir atuações como a de ontem na reta decisiva da Olimpíada.
"Não podemos estar contentes. Temos que crescer mais ainda", declarou o ponta Dante.
O ouro olímpico, que já foi obtido em Barcelona-92 pela seleção masculina (então sob o comando de José Roberto Guimarães, hoje responsável pelo time feminino), é o único título de primeira linha que falta à "família Bernardinho" -o técnico mantém a mesma base desde que assumiu.
Desde então, o Brasil foi campeão mundial, levou três vezes a Liga Mundial e venceu a Copa do Mundo. Ao todo, foram 11 ouros em 14 torneios.
A seleção brasileira atingiu ontem uma invencibilidade de 31 jogos em torneios oficiais. A última derrota foi há um ano e oito dias, no Pan de Santo Domingo, para a Venezuela. (LC)


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