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Aos 68, Caixa D'Água morre no Rio
Polêmico dirigente, que era hipertenso, sofreu parada cardíaca em reunião da federação que presidia
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Um dos mais polêmicos dirigentes do futebol brasileiro, o
presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio, Eduardo Viana, 68, o Caixa D'Água,
morreu ontem, às 18h50, por
infarto agudo do miocárdio.
Torcedor fanático do Americano de Campos e acusado de
sempre beneficiar o clube, Viana chegou a ser afastado do cargo neste ano pela Justiça. Uma
das razões seria a falta de transparência de sua gestão.
Já ficara fora da presidência
entre outubro de 2004 e agosto
de 2005, acusado de formação
de quadrilha, estelionato, fraude processual e falsidade ideológica -voltou por decisão do
Superior Tribunal de Justiça.
Foi acusado também de evasão
de rendas do Maracanã.
Na semana passada, Viana foi
chefe da delegação brasileira
no amistoso com a Noruega. No
vôo de São Paulo para Paris,
passou mal, e os médicos até
cogitaram o desvio da rota para
que ele fosse atendido em terra.
Sua saúde estava debilitada, era
diabético e tinha hipertensão.
Na tarde de ontem, Viana sofreu parada cardíaca em reunião da sede da federação em
que eram discutidos detalhes
do Estadual-2007. Foi levado
para o hospital Quinta D'Or,
em São Cristóvão, chegou a ser
reanimado, mas não resistiu.
O dirigente assumiu a federação em 1985 e, desde então, é
reeleito por aclamação principalmente pelo apoio de clubes
considerados pequenos, cem ligas e times amadores e do presidente do Vasco, Eurico Miranda, com quem brigou.
Desafeto de Viana, o vice-presidente de futebol do Flamengo, Kleber Leite, lamentou
a morte. "Tivemos divergências
filosóficas, políticas, mas era
uma pessoa de nível, uma bela
figura humana." O clube decretará três dias de luto oficial.
Viana era defensor ferrenho
dos Estaduais e, ao mesmo
tempo, acusado de bagunçar os
torneios do Rio com fórmulas
esdrúxulas. Protagonizou diversas viradas de mesa, subindo times da segunda divisão e
prejudicando outros de seus
inimigos políticos.
Formado em direito, filosofia, educação física e história,
Viana era professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e foi procurador federal.
Em suas horas de lazer, cuidava de um pequeno zoológico
particular em Niterói.
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