São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aos 68, Caixa D'Água morre no Rio

Polêmico dirigente, que era hipertenso, sofreu parada cardíaca em reunião da federação que presidia

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Um dos mais polêmicos dirigentes do futebol brasileiro, o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio, Eduardo Viana, 68, o Caixa D'Água, morreu ontem, às 18h50, por infarto agudo do miocárdio.
Torcedor fanático do Americano de Campos e acusado de sempre beneficiar o clube, Viana chegou a ser afastado do cargo neste ano pela Justiça. Uma das razões seria a falta de transparência de sua gestão.
Já ficara fora da presidência entre outubro de 2004 e agosto de 2005, acusado de formação de quadrilha, estelionato, fraude processual e falsidade ideológica -voltou por decisão do Superior Tribunal de Justiça. Foi acusado também de evasão de rendas do Maracanã.
Na semana passada, Viana foi chefe da delegação brasileira no amistoso com a Noruega. No vôo de São Paulo para Paris, passou mal, e os médicos até cogitaram o desvio da rota para que ele fosse atendido em terra. Sua saúde estava debilitada, era diabético e tinha hipertensão.
Na tarde de ontem, Viana sofreu parada cardíaca em reunião da sede da federação em que eram discutidos detalhes do Estadual-2007. Foi levado para o hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, chegou a ser reanimado, mas não resistiu.
O dirigente assumiu a federação em 1985 e, desde então, é reeleito por aclamação principalmente pelo apoio de clubes considerados pequenos, cem ligas e times amadores e do presidente do Vasco, Eurico Miranda, com quem brigou.
Desafeto de Viana, o vice-presidente de futebol do Flamengo, Kleber Leite, lamentou a morte. "Tivemos divergências filosóficas, políticas, mas era uma pessoa de nível, uma bela figura humana." O clube decretará três dias de luto oficial.
Viana era defensor ferrenho dos Estaduais e, ao mesmo tempo, acusado de bagunçar os torneios do Rio com fórmulas esdrúxulas. Protagonizou diversas viradas de mesa, subindo times da segunda divisão e prejudicando outros de seus inimigos políticos.
Formado em direito, filosofia, educação física e história, Viana era professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e foi procurador federal.
Em suas horas de lazer, cuidava de um pequeno zoológico particular em Niterói.


Texto Anterior: Dor: Bruno sai do coma e respira sozinho
Próximo Texto: Inter: Equipe perde mais dois do grupo campeão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.