São Paulo, terça-feira, 22 de setembro de 2009

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Já na largada, verba pública chega a R$ 2 bi

DA REPORTAGEM LOCAL

A conta direta para os cofres públicos na construção das arenas da Copa-14 vai começar bem perto dos R$ 2 bilhões.
Ontem, em evento promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio do Brasil sobre o Mundial, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, disse que quatro cidades já comunicaram que não esperam participação da iniciativa privada: Cuiabá, Manaus, Brasília e Belo Horizonte.
Destas, só a capital mineira ainda não falou quanto pretende gastar. Mas, se ficar na média de outras arenas (R$ 400 milhões), significa que os cofres estaduais vão bancar logo de cara R$ 1,8 bilhão só na adequação dos estádios -Brasília tem o projeto mais caro, beirando os R$ 700 milhões.
Isso já equivale a praticamente a metade do que foi gasto no Pan de 2007, no Rio. Ou seria suficiente para bancar dois meses do Bolsa Família, o principal programa de assistência social do governo Lula. Ou é praticamente a mesma coisa que a África do Sul vai gastar em todos os seus estádios da Copa de 2010.
"Se o Estado ou município quer investir em construção ou reforma de estádio, isso não é problema nosso [do governo federal]. Não podemos intervir ou vetar a atitude do poder local", afirmou o ministro.
E a conta pública será muito maior. Os outros cinco estádios públicos ainda contam com uma PPP (parceria público-privada). Mas, pelo cenário, na melhor das hipóteses, os governos estaduais teriam que bancar pelo menos metade da obra, o que significa algo próximo da casa do R$ 1 bilhão.
Segundo o ministro, essa é uma escolha dos governos dos Estados. Ele segue dizendo que o governo federal não irá gastar com estádios.
Para financiarem as obras das arenas, os governos dos Estados terão como praticamente única linha de empréstimo o dinheiro do BNDES, que é do governo federal.
"Oferecemos o financiamento [do BNDES] como alternativa porque fomos procurados por muitas cidades que alegavam estar com problemas de caixa e com dificuldades para atrair investidores privados", disse o ministro.


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