São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Santos prefere Neymar a Dorival

Após treinador barrar atacante do clássico de hoje, diretoria do Santos opta por sua saída

Ricardo Nogueira/Folhapress
Neymar, que hoje fica fora do 2º jogo seguido do Santos

LEONARDO LOURENÇO
DO ENVIADO A SANTOS

Dorival Jr. tinha o poder da decisão sobre a escalação ou não de Neymar no clássico. Mas a opção de manter o atacante de fora não agradou à direção do Santos, que preferiu o atleta e decidiu pela saída do técnico ontem à noite.
A queda de Dorival Jr. após nove meses à frente do Santos foi o capítulo decisivo na medição de forças que técnico travava com a diretoria, o estafe e a família de Neymar e a torcida para fazer valer a punição ao atleta de 18 anos.
A sua saída foi decidida no final da noite pela diretoria do clube, que se reuniu na Vila Belmiro. Depois de duas horas de tratativas, com o presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, falando de São Paulo por teleconferência, decidiu-se por não manter o treinador.
A diretoria santista acordou com o técnico para ele pedir demissão, o que evita o pagamento da multa rescisória de R$ 2 milhões. Segundo cartolas do clube, Dorival já teria oferta do São Paulo.
A demissão foi o desfecho de um dia turbulento.
À tarde, em entrevista coletiva, Dorival Jr. anunciou que barraria Neymar no clássico de hoje, contra o Corinthians. Ele disse ter respaldo dos dirigentes, que haviam lhe dito que queriam ver o atacante em campo. Mas, segundo o técnico, não iriam interferir em sua decisão.

A GOTA D'ÁGUA
A decisão de Dorival Jr., porém, azedou de vez o clima. Pessoa ligada ao presidente do Santos declarou que o técnico havia lhe dito que escalaria o atacante hoje. E os dirigentes não gostaram de saber do veto a Neymar por meio da imprensa.
A novela começou na última quarta, no segundo tempo da vitória do Santos contra o Atlético-GO (4 a 2). Neymar, revoltado após ser cobrado pelo capitão do time (Edu Dracena) e ter sido impedido pelo técnico de bater um pênalti, xingou Dorival.
O caso, então, ganhou dimensão nacional. No dia seguinte, a diretoria anunciara uma multa ao atleta, que perderia 30% de seu salário -cerca de R$ 48 mil. Neymar até fez pronunciamento curto, lamentando ter ofendido técnico e capitão do time.
Mas não foi suficiente para Dorival Jr., que pediu que o atleta treinasse em separado por 15 dias. E deixou claro que não o escalaria contra o Guarani, no domingo, caso contrário deixaria o clube.
O técnico venceu, então, aquela queda de braço. Neymar não jogou, mas a diretoria costurou acordo para levar o atleta a Campinas.
No vestiário, Neymar abraçou o zagueiro Edu Dracena e voltou a pedir desculpas ao técnico. Mesmo assim, Dorival deu a entender que não voltaria atrás na punição.
Dorival Jr. chegou ao clube em dezembro de 2009 e dirigiu o Santos em 61 jogos, com 37 vitórias e 16 derrotas (65% de aproveitamento). Deixa o clube após ter conquistado o Paulista e Copa do Brasil, o que já garantiu ao Santos vaga na Libertadores de 2011.
Antes do episódio de quarta, Dorival já tinha defendido Neymar várias vezes, criticando quem bradava contra o atleta. E só o punira uma vez, quando, ao lado de Ganso, chegou atrasado a treino.
Hoje, quem deve dirigir o atleta é o ex-zagueiro Narciso, que é treinador nas categorias de base do Santos.


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