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Handebol é o primeiro a seguir Lula
Sem verba da Petrobras, esporte até muda sede para se ajustar a nova lei
CAROLINA ARAÚJO
EDUARDO OHATA
DE SÃO PAULO
O handebol, que perdeu o
patrocínio da estatal Petrobras, largou na frente entre
as confederações olímpicas
que se movimentam para
adaptarem seus estatutos à
medida provisória lançada
pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva anteontem.
A confederação brasileira
da modalidade já encaminhou a seu departamento jurídico um estudo para adaptar seu estatuto às orientações de governança previstas
na medida provisória.
Pela nova lei, recursos da
Lei Piva, que destina 2% das
verbas das loterias ao esporte, só serão repassados ao
COB (Comitê Olímpico Brasileiro), ao comitê paraolímpico e às confederações que
cumpram as cláusulas do
contrato de desempenho
proposto pelo governo.
Entre outras exigências, o
contrato de desempenho engloba a limitação de reeleições e a publicação dos balancetes no Diário Oficial.
O presidente da confederação de handebol, Manoel
Oliveira, já definiu que a sede
da entidade será transferida
de Aracaju para São Bernardo do Campo, em São Paulo.
O município, onde Lula se
projetou, poderá ser a primeira Cidade Esportiva, iniciativa que consta na medida
provisória. A ideia do governo é que cidades incentivem
modalidades e se tornem
centros de referência.
O governo federal bancará
obras para que o município,
com tradição no handebol,
erga um CT e se firme como
centro de excelência. A manutenção do centro ficará por
conta da prefeitura, sob comando de Luis Marinho (PT).
"Até meados de 2011, espero mudar para lá [São Bernardo]. Aliás, colocaremos
isso de a sede ficar na Cidade
Esportiva no estatuto, além
da questão das reeleições",
disse Oliveira à Folha.
"A proposta da Petrobras
para a continuidade do patrocínio passava pela lei de
incentivos fiscais e também
por uma ONG. Infelizmente,
não foi possível um acordo",
explicou Oliveira sobre o fim
da parceria com a estatal.
A confederação chegou a
receber R$ 2,8 milhões
anuais da Petrobras. Em
2009, foram R$ 2,3 milhões.
Outras modalidades, como a canoagem, adiaram reformas no estatuto para,
eventualmente, incorporar
orientações do governo.
"Várias orientações do governo federal já são hábito
nosso", declarou João Tomasini, da canoagem. ""Nosso
colégio eleitoral é amplo, os
clubes votam. Há 119 eleitores possíveis", completou.
A canoagem também deve
ter sua Cidade Esportiva, em
Caxias do Sul (RS).
Roberto Gesta de Melo, da
confederação de atletismo, já
anunciou sua saída em 2013,
quando completará 26 anos
como presidente da CBAt.
A Folha apurou que o Ministério do Esporte conversa
com outras entidades sobre
mudanças nos estatutos.
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