São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Handebol é o primeiro a seguir Lula

Sem verba da Petrobras, esporte até muda sede para se ajustar a nova lei

CAROLINA ARAÚJO
EDUARDO OHATA
DE SÃO PAULO

O handebol, que perdeu o patrocínio da estatal Petrobras, largou na frente entre as confederações olímpicas que se movimentam para adaptarem seus estatutos à medida provisória lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva anteontem.
A confederação brasileira da modalidade já encaminhou a seu departamento jurídico um estudo para adaptar seu estatuto às orientações de governança previstas na medida provisória.
Pela nova lei, recursos da Lei Piva, que destina 2% das verbas das loterias ao esporte, só serão repassados ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro), ao comitê paraolímpico e às confederações que cumpram as cláusulas do contrato de desempenho proposto pelo governo.
Entre outras exigências, o contrato de desempenho engloba a limitação de reeleições e a publicação dos balancetes no Diário Oficial.
O presidente da confederação de handebol, Manoel Oliveira, já definiu que a sede da entidade será transferida de Aracaju para São Bernardo do Campo, em São Paulo.
O município, onde Lula se projetou, poderá ser a primeira Cidade Esportiva, iniciativa que consta na medida provisória. A ideia do governo é que cidades incentivem modalidades e se tornem centros de referência.
O governo federal bancará obras para que o município, com tradição no handebol, erga um CT e se firme como centro de excelência. A manutenção do centro ficará por conta da prefeitura, sob comando de Luis Marinho (PT).
"Até meados de 2011, espero mudar para lá [São Bernardo]. Aliás, colocaremos isso de a sede ficar na Cidade Esportiva no estatuto, além da questão das reeleições", disse Oliveira à Folha.
"A proposta da Petrobras para a continuidade do patrocínio passava pela lei de incentivos fiscais e também por uma ONG. Infelizmente, não foi possível um acordo", explicou Oliveira sobre o fim da parceria com a estatal.
A confederação chegou a receber R$ 2,8 milhões anuais da Petrobras. Em 2009, foram R$ 2,3 milhões.
Outras modalidades, como a canoagem, adiaram reformas no estatuto para, eventualmente, incorporar orientações do governo.
"Várias orientações do governo federal já são hábito nosso", declarou João Tomasini, da canoagem. ""Nosso colégio eleitoral é amplo, os clubes votam. Há 119 eleitores possíveis", completou.
A canoagem também deve ter sua Cidade Esportiva, em Caxias do Sul (RS).
Roberto Gesta de Melo, da confederação de atletismo, já anunciou sua saída em 2013, quando completará 26 anos como presidente da CBAt.
A Folha apurou que o Ministério do Esporte conversa com outras entidades sobre mudanças nos estatutos.


Texto Anterior: Irmãos Bueno são suspeitos de marmelada
Próximo Texto: COB e ministério divergem sobre medalhas
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.