São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2011 |
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JUCA KFOURI Jornalista sofre
NEYMAR NEGA que esteja negociado com o Real Madrid. Nega como negou que estivesse negociado com o Chelsea e com o Barcelona. Ele nega, o Santos nega, o Real Madrid disfarça, o Barcelona se decepciona, e o Chelsea até hoje está incrédulo, perplexo. Quem está certo, quem está errado, quem mente, quem fala a verdade? É possível que todos estejam certos, errados, mentindo e falando a verdade. Meia verdade. E longe daqui uma postura corporativista nestes tempos de espetacularização da notícia e de desenfreada busca de audiência popularesca na base do chute para todos os lados. Apenas conto um episódio que vivi, em agosto de 1980, numa semana que nasceu sob encontros e desencontros na negociação da renovação do contrato de Sócrates (cuja saúde melhora, felizmente) com o Corinthians. Eu dirigia a "Placar", e ele desaparecera na sexta-feira. No domingo à noite, no fechamento da revista semanal, consigo o telefone de onde ele estava no sítio de um amigo e pergunto a quantas andam as negociações, para publicar na edição que chegaria na terça-feira às bancas. E ele foi definitivo: "No Corinthians não jogo mais. Para o Matheus aprender a ser menos ditador". Insisto com ele, explico que estou fechando a edição, que tal declaração mudaria tudo, o editorial da revista inclusive. E ele reitera que a decisão estava tomada e que só seria comunicada na terça-feira, quando voltaria para São Paulo. A notícia, exclusiva, que furava a imprensa diária, foi para o editorial, onde escrevi que Vicente Matheus, então presidente corintiano, tinha, enfim, encontrado alguém com mais personalidade do que ele etc. e tal. Na segunda-feira, folga geral na "Placar", recebo em casa a revista no meio da tarde e, ao vê-lo impresso, fico ainda mais orgulhoso do furo. E saio ao entardecer para buscar meus filhos na escola, ouvindo a programação esportiva da rádio Globo, de Osmar Santos. Que anuncia a entrada de um repórter da frente da casa de Vicente Matheus, onde Sócrates se encontrava desde a hora do almoço. E, para minha surpresa, terror profissional e alegria de torcedor, Sócrates e Matheus anunciavam que tinham chegado a um acordo. "Placar" já estava nos caminhões e aviões sendo distribuída pelo país afora. O furo virara barriga. Culpado, eu? blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: 2014: Maracanã não cumprirá prazo para a Copa das Confederações Próximo Texto: Federação muda regra para recorde Índice | Comunicar Erros |
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