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ATLETISMO
Velocista norte-americana, dona dos recordes mundiais dos 100m e 200 m rasos, obteve três ouros em Seul-88
Florence Griffith Joyner morre aos 38
das agências internacionais
A velocista norte-americana Florence Griffith Joyner, recordista
mundial dos 100 m e 200 m rasos e
três medalhas de ouro em Seul-88,
morreu aos 38 anos aparentemente vítima de um ataque cardíaco
em sua casa, nos EUA.
O porta-voz da Federação Norte-Americana de Atletismo, Pete
Cava, não soube precisar quando
ocorreu a morte da atleta.
Há dois anos, Florence Griffith
Joyner havia sofrido um ataque de
apoplexia (perda temporária de
função cerebral) em um vôo de
Los Angeles para Saint-Louis e teve de ser internada.
Na época, a família da atleta não
quis fornecer detalhes.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, lamentou a morte da velocista. "Ficamos deslumbrados
com sua velocidade, impressionados pelo seu talento e cativados
por seu estilo", afirmou.
"Apesar de ter atingido o ápice do mundo desportivo, nunca
esqueceu de suas origens e empregou tempo e recursos para ajudar
as crianças, especialmente aquelas
de bairros mais necessitados",
completou o presidente.
Florence Griffith Joyner ocupou
o cargo de co-presidente do Conselho de Educação Física, órgão
criado para desenvolvimento do
esporte nos EUA.
A corredora era casada com Al
Joyner, campeão olímpico em Los
Angeles-84 do salto triplo, e cunhada da seis vezes medalhista
olímpica e recordista mundial do
heptatlo, Jackie Joyner-Kersee.
Após o vice-campeonato olímpica em Los Angeles-84 nos 200 m,
Florence abandonou as pistas.
O retorno aconteceu no Mundial-87, em Roma, onde também
conseguiu a medalha de prata.
Nas seletivas norte-americanas
para a Olimpíada de Seul-88, a
corredora começou a despertar a
atenção do mundo.
Em 16 de julho de 1988, Florence
correu os 100 m rasos com um
uniforme desenhado por ela mesma, aderente ao corpo e que cobria apenas uma das pernas, e
quebrou o recorde mundial.
A velocista cravou 10s49. A marca anterior pertencia à Evelyn
Ashford, com 10s76. Até então, o
melhor tempo da carreira de Florence era 10s89.
A marca também surpreendeu
pelo fato de ser 27 centésimos
abaixo da marca anterior. Desde
1968, a maior queda do recorde
mundial era de 13 centésimos.
Na mesma competição, Florence
correu os 200 m rasos em 20s77 e
ficou a seis centésimos do recorde
das alemães orientais Marita Koch
e Hieke Dreschler.
A corredora também ganhou fama por suas longas unhas -sempre pintadas.
Na Olimpíada de Seul-88, a atleta atingiu o auge: venceu três provas -os 100 m, os 200 m rasos e o
revezamento 4 x 100 m rasos- e
foi prata nos 4 x 400 m rasos.
Nos 200 m rasos, ela chegou a
quebrar o recorde mundial duas
vezes em um período de uma hora
e meia. Nas semifinais, marcou
21s56 e na final, estabeleceu 21s34,
marca que persiste até hoje.
Na mesma competição em que o
velocista canadense Ben Jonhson
foi suspenso por quatro anos devido ao uso de esteróides anabolizantes, caiu sobre Florence Griffith Joyner a suspeita do doping.
O desempenho em Seul valeu a
Florence o prêmio de melhor esportista norte-americana de 88.
Em fevereiro de 89, apenas cinco
meses após brilhar na Olimpíada,
a atleta anunciou sua decisão de
abandonar as pistas e se dedicar as
carreiras de atriz e escritora.
Em 1996, Florence Griffith Joyner tentou voltar às pistas para
disputar a Olimpíada de Atlanta,
mas uma contusão no tendão de
Aquiles da perna direita atrapalhou seus planos.
"Foi muito duro. Treinei muito e nunca tive problemas no tendão de Aquiles. Meu marido disse
que estou ficando velha", afirmou
na época a corredora.
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