EDUARDO OHATA

""O bom de termos Jay Bright trabalhando conosco é que não se trata de um teste. Por sua experiência anterior, Jay Bright tem consciência do que pode e do que não pode fazer..."
Esse foi o comentário de Tommy Brooks, atual técnico de Mike Tyson, sobre a reintegração do amigo e ex-treinador do ex-campeão à sua equipe.
Para quem não se lembra, Jay Bright estava com Mike Tyson quando este perdeu o cinturão ao ser nocauteado pelo azarão James ""Buster" Douglas.
Na oportunidade, o córner de Tyson mostrou-se totalmente despreparado. Nem ao menos o endswell (aparelho utilizado para diminuir o inchamento no rosto dos lutadores), eles levaram para o combate.
É no mínimo estranho que Tyson adicione Bright, seu amigo durante a adolescência, quando cresceu sob os cuidados de Cus D'Amato, à sua equipe.
E isso semanas antes de seu retorno aos ringues, em um estágio no qual a experiência no córner pesa mais que nunca.
Talvez o ex-campeão tenha percebido que o fim de sua carreira está se aproximando (ele diz que não é mais o aspecto esportivo que o motiva no boxe) e sinta a necessidade de voltar a sentir-se bem, como no início.
A equipe do ex-campeão sabe de seu declínio, pois escolheram Orlin Norris, seu adversário de amanhã, a dedo. Além de ter competido como cruzador durante a maior parte de sua carreira, Norris serviu como sparring do último rival de Tyson, Frans Botha. Que credenciais!
Tyson, aliás, procurou reincorporar outra figura de seu passado à equipe. Depois de ter dispensado Don King, o ex-campeão procurou seu primeiro empresário, Bill Cayton (que na década passada havia sido preterido por Tyson, em favor do promotor de cabelos arrepiados). Mas, desta vez, Mike Tyson é que foi rejeitado.
Amanhã, com Bright, o amigo de adolescência, ao lado, Tyson vai procurar voltar ao passado.

NOTAS

Rocky 1
A MGM planeja um sexto episódio da série ""Rocky", escrito, interpretado e dirigido por Sylvester Stallone. O roteiro já está sendo elaborado.

Rocky 2
O ganês ex-campeão Ike Quartey faz sua primeira apresentação desde a derrota para Oscar de la Hoya amanhã, em Gana, contra o mexicano Rocky Balboa. Para não fugir à tradição cinematográfica, o Balboa da vida real é azarão na proporção de 100 para 1.

Xuxa
O brasileiro Edson Nascimento, o Xuxa, está abandonando a categoria dos superpenas (a mesma de Acelino Freitas, o Popó), na qual está ranqueado pela Associação Mundial. Ele, agora, a exemplo do que ocorreu em seu último combate (vitória por nocaute sobre Jose Garcia), continuará lutando entre os leves.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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