São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2000

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Empresa decolou graças a Havelange

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC

O caminho da ISL para se tornar uma das maiores potências de marketing esportivo do mundo passa por João Havelange. E mais do que pelo ex-presidente da Fifa, por suas relações com Horst Dassler, o dono da Adidas quando o dirigente assumiu a entidade, em 1974.
Por intermédio do dirigente brasileiro, Dassler e Patrick Nally, seu parceiro na ISL, tornaram-se parceiros da Fifa, tornando a agência uma espécie de braço comercial da federação que controla o futebol mundial.
Foi Dassler o responsável pela aproximação de Havelange com a Coca-Cola, empresa que fecharia contrato com a Fifa para patrocinar os Mundiais de futebol.
A partir daí, negociando contratos com futuros investidores de marketing das Copas do Mundo, a ISL, cuja sede fica na Suíça, começou a crescer.
A empresa tornou-se sócia do Dentsu, grupo japonês que atua no setor de publicidade e assumiu o controle de 49% das ações da ISL -com 51%, Dassler e seus colegas mantinham o domínio.
Também por intermédio de Havelange, que é membro do Comitê Olímpico Internacional e amigo de Juan Antonio Samaranch, presidente da entidade desde 1980, a gigante do marketing passou a atuar nos Jogos Olímpicos, buscando patrocinadores.
A cada contrato fechado, recebe comissão. Dos acertos com os patrocinadores da Fifa, a porcentagem, segundo o grupo Dentsu, variava entre 30% e 50%.
Indagado pela Folha sobre a comissão da agência, Havelange não confirmou a informação. Disse que não falaria de valores nem de porcentagens, até porque hoje não é mais o presidente da Fifa.
Joseph Blatter, suíço que o substituiu no cargo, contando com seu apoio nas eleições de 1998, realizadas antes da Copa da França, também tem ligações históricas com a ISL -foi levado à Fifa por Horst Dassler, nos anos 70, depois de ter atuado na Adidas.
Segundo a Fifa, seus principais patrocinadores desembolsam cerca de US$ 50 milhões para terem suas marcas associadas aos Mundiais de futebol. Mas, assim como Havelange, não revelou a parte que cabe à ISL.


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