São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2000

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FUTEBOL

Após dois títulos brasileiros e um mundial, time vê rival, que era da 3ª divisão, do outro lado da gangorra na JH

Corinthians encara seu "efeito Orloff" contra Fluminense

MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu sou você amanhã." A frase do personagem de um comercial de vodca do final dos anos 80, que depois daria origem a uma expressão político-econômica -"efeito Orloff"-, se aplica hoje à situação de Corinthians e Fluminense, que se enfrentarão, às 18h30, no estádio do Pacaembu, pela Copa João Havelange.
Será a partida entre o campeão brasileiro dos últimos dois anos e atual campeão do mundo, que agora ocupa uma das últimas posições da competição nacional, contra um time que veio da terceira divisão graças à virada de mesa do Clube dos 13 e hoje está em uma situação tranquila, entre os 12 que irão para a próxima fase.
Em 23º lugar (25 clubes disputam o Módulo Azul) até o início da rodada, com 15 pontos em 16 jogos, o Corinthians, nas contas do técnico Candinho, não pode mais perder se quiser continuar sonhando com a classificação. No máximo, pode empatar uma das oito partidas restantes nesta fase.
O Fluminense, com 28 pontos em 18 jogos, deve se classificar se obtiver duas vitórias nos seis jogos que ainda disputará.
O "efeito Orloff" -expressão em voga principalmente durante o governo Sarney, como uma forma de mostrar que o Brasil sempre repetia no dia seguinte as medidas adotadas na Argentina- se aplica também a Corinthians e Fluminense em relação aos fundamentos de futebol.
O time carioca, que veio da Série C, dá uma goleada nos paulistas bicampeões brasileiros da Série A nas estatísticas da Copa JH, segundo o Datafolha.
Os corintianos são melhores em um único quesito, o aproveitamento de passes, com média de 82,6 por partida (em quinto no ranking da Copa JH), contra 78,5 (em 18º lugar) do rival.
Em compensação, o Corinthians perde muito mais a bola, média de 43,3 por jogo, contra 39 do Fluminense.
Em finalizações, um dos pontos mais fortes do Corinthians nos últimos anos, a média por partida caiu de 15,1 para 11,6 -o que coloca o time entre os três piores de hoje. O Fluminense está à frente, com 12,7 em média por jogo.
Marcelinho continua sendo o maior finalizador corintiano, mas a sua média caiu de 4,6 para 4,3 por jogo. Ewerthon, com 2,8, e Luizão, com 2, vêm abaixo dele.
O meia Ricardinho, um dos líderes do grupo, justifica o ""efeito Orloff" pela falta de organização do clube neste semestre.
"O que tínhamos de diferencial nas outras competições agora não tivemos. A cada partida temos de mudar dois ou três jogadores. Montamos uma equipe praticamente no meio da competição. Não estou buscando uma justificativa, mas mostrando a realidade dos fatos", declarou ele.
No jogo de hoje, o técnico Candinho será obrigado a mexer novamente na equipe. O atacante Luizão, com tendinite, o volante Edu, com contratura na coxa direita, e o meia Djair, com contratura na coxa esquerda, estão vetados pelo departamento médico.
Além disso, o lateral André Luiz, que se recuperou recentemente de uma lesão, será poupado, e o volante/lateral Rogério ficará afastado até emagrecer quatro quilos (ele já perdeu dois).
Pereira e Rodrigo Pontes entrarão no meio-campo, com o objetivo de fortalecer a defesa, que já tomou 28 gols na Copa JH.
"São dois jogadores jovens, mas de muita pegada. O Corinthians precisa ser mais forte na marcação no meio-campo", afirmou Candinho.
Assis, o último reforço contratado, que também está acima do peso, deve ficar no banco de reservas pela primeira vez.

NA TV - Globo (menos para São Paulo), ao vivo, às 18h30


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