São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2000 |
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FUTEBOL Diretoria do clube "proíbe" a equipe do técnico Levir Culpi de perder pontos no Morumbi, a partir do jogo de hoje Sob ultimato, São Paulo enfrenta Guarani RICARDO PERRONE DA REPORTAGEM LOCAL Pressionado por um ultimato da diretoria, o São Paulo enfrenta o Guarani, hoje, às 18h30, no Morumbi. Um resultado que não seja a vitória trará consequências para os jogadores e a comissão técnica. A diretoria exige que a equipe não perca mais pontos no Morumbi na Copa João Havelange. Caso o time fracasse hoje, os dirigentes deverão se reunir com a comissão técnica para anunciar as medidas a serem tomadas. "Já perdemos seis pontos em casa e isso não pode mais acontecer. A equipe tem a obrigação de vencer todos os jogos no Morumbi. Nós já falamos sobre isso com os jogadores", afirmou o diretor de futebol José Dias. Depois de enfrentar o Guarani, o São Paulo ainda jogará no Morumbi contra Atlético-MG, sábado, e Corinthians, dia 12. Apesar da preocupação do dirigente, o time ainda não perdeu no Morumbi durante a Copa JH. Jogando em casa, a equipe do técnico Levir Culpi acumula sete vitórias e três empates. A direção do clube entrou em estado de alerta após o empate em 4 a 4 com o Cerro Porteño, quinta-feira, no Morumbi, que eliminou o clube da Copa Mercosul. Nos últimos sete jogos, os comandados de Culpi obtiveram apenas uma vitória, quatro empates e duas derrotas. Mesmo com o São Paulo dividindo a vice-liderança da Copa JH com o Cruzeiro -cada um tem 31 pontos-, Dias teme que o time não consiga ficar entre os 12 que passam para a segunda fase. "Não estou gostando da maneira como a equipe vem jogando e me preocupo com o que pode acontecer se continuarmos atuando dessa forma", declarou. Ao saber da preocupação do dirigente, Culpi evitou entrar em atrito com ele, mas disse considerar a queda de rendimento da equipe "normal até certo ponto". "Algumas equipes precisam vencer de qualquer maneira para conseguir a classificação, por isso os jogos estão cada vez mais difíceis", disse o treinador. A piora no desempenho começou justamente quando a CBF demonstrou o interesse em levar Culpi para a seleção brasileira. A contratação não se concretizou, mas fez com que parte dos dirigentes e conselheiros ligasse os maus resultados ao interesse do treinador em substituir Wanderley Luxemburgo. "Uma situação dessas sempre prejudica de alguma forma. A pessoa vive uma expectativa, que depois acaba não se concretizando", afirmou Paulo Planet, presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo. Culpi negou que o assédio da CBF tenha influenciado no rendimento da equipe. "Mas confesso que me senti aliviado quando tudo acabou. Eram muitas as perguntas, e eu não tinha o que falar", declarou o treinador. Para justificar a queda de rendimento do time, Culpi usa argumentos que vão desde a falta de entrosamento entre alguns jogadores ao pequeno número de torcedores nos jogos no Morumbi (leia texto nesta página). Segundo o treinador, a constante mudança de atletas na defesa, provocada por suspensões, contusões e pelas convocações do zagueiro Ayala para a seleção do Paraguai, têm prejudicado o time. No meio-campo, ele tem feito trocas por motivos táticos, fato que provocou o descontentamento de alguns jogadores. "Sempre é melhor saber com antecedência se vamos jogar", disse Souza, que sai do time com frequência. Texto Anterior: Panorâmica: Módulo Amarelo inicia hoje sua terceira fase Próximo Texto: Jogos em casa incomodam são-paulinos Índice |
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