CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A seleção feminina norte-americana está surpreendendo o mundo do vôlei nesta temporada. Primeiro, foi o título no Grand Prix, em agosto na Ásia. Há oito dias, voltou a atacar: derrotou Cuba na final do Campeonato da América do Norte e Central. As cubanas não perdiam essa competição desde 1983.
A derrota trouxe consequências. Cuba, atual tricampeã olímpica e bicampeã mundial, ficou fora da Copa dos Campeões.
O torneio, que será em novembro no Japão, reunirá quatro campeões continentais (Brasil, Rússia, China e EUA), além da seleção da casa e Coréia do Sul, convidada especial.
Afinal, o time norte-americano evoluiu ou as outras seleções deram uma caída? Pelo que tudo indica, as duas alternativas estão corretas. Mas vale lembrar que os EUA já tinham terminado em quarto lugar nos Jogos de Sydney, atrás apenas de Cuba, Rússia e Brasil, as três grandes forças.
O problema tradicional das seleções dos EUA é dar continuidade ao trabalho. Como não existe um campeonato interno forte e também por questões salariais, muitas jogadoras acabam indo atuar em outros países ou deixando a seleção. Desta vez, parece que o time está conseguindo superar essa questão.
Na quadra, a equipe tem como principal qualidade a aplicação tática e uma mistura perfeita entre experiência e juventude. As experientes são a central Danielle Scott e a ponteira Tara Battle. Entre os jovens destaques estão a central Heather Bown, a levantadora Robyn Ah Mow e a oposta canhota Sarah Noriega.
Segundo o técnico da seleção brasileira, Marco Aurélio Motta, o time joga com velocidade e com muitas bolas pelo meio da rede, com Danielle Scott e Heather Bown. A eficiência da líbero Stacy Sykora na recepção e na defesa também facilita o trabalho da levantadora norte-americana.
Já Cuba, a dona da bola na última década, anda em fase de renovação e sente falta das estrelas que deixaram a equipe. Mas, de todas, as ausências mais sentidas são as de Marlenis Costa e Taimares Aguero. Elas eram as duas levantadoras titulares do time, que joga com quatro atacantes.
Costa está grávida e deve voltar no próximo ano. Já Aguero deixou a seleção de forma traumática. Durante a Copa BCV, em junho, abandonou a delegação e pediu asilo na Suíça. Resultado: o ponto mais frágil da equipe tem sido as novas levantadoras, Liana Mesa e Anniara Munoz.
Já o Brasil se prepara para a Copa dos Campeões com um desfalque certo: a levantadora Fofão. Ela está se recuperando de um rompimento dos ligamentos do joelho direito. As opções do técnico agora são Fabiana Berto e Gisele, duas jogadoras com pouca experiência em seleção.
A novidade deverá ser a mudança de posição da atacante Erika. Nos treinos, Marco Aurélio Motta está testando a jogadora na saída de rede, função executada até o ano passado por Leila. Já Raquel deverá ocupar o antigo lugar de Erika: a ponta da rede, na diagonal de Virna.
A idéia é transformar Erika em uma oposta que também faça a recepção de saque. Com isso, Raquel poderá ficar liberada, em algumas situações, para atacar do fundo. A Copa dos Campeões também será uma oportunidade para a líbero Fabi, que fará sua estréia oficial na seleção.


Italiano

O Ferrara, dos atacantes Giba e Gustavo, derrotou o Modena, do levantador norte-americano Lloy Ball, por 3 sets a 2 na quinta rodada do Campeonato Italiano. Foi a segunda vitória do time e a primeira dos brasileiros no torneio. Giba deu show no saque: conseguiu marcar seis pontos só nesse fundamento. No total, Giba foi o responsável por 18 pontos da equipe. Já Gustavo assinalou oito pontos, dos quais dois de saque. O Ferrara ocupa a sétima colocação no campeonato.

Italiano 2

O atacante Joel, ex-jogador da seleção brasileira e do Banespa, está defendendo o Gabeca Brescia na segunda divisão do Campeonato Italiano. Nas duas partidas que jogou, o atacante brasileiro registrou uma média de 21 pontos. O Brescia ocupa o 12º lugar na tabela de classificação, com uma vitória e duas derrotas. A liderança pertence ao time do Perugia.

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