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Muricy prepara São Paulo para o pior
Técnico tira pressão dos atletas e declara que, se revés para o Grêmio acontecer, equipe tem "gordura" para administrar
Com oito pontos de frente para gaúchos, preocupação de treinador é que possível perda de pontos não quebre
embalo do time no Nacional
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um time preparado para perder. Esse foi o tom das conversas que o técnico Muricy Ramalho teve com os jogadores na
semana de preparação para pegar o Grêmio, em partida que
opõe o líder São Paulo, com 59
pontos, ante o segundo colocado no Campeonato Brasileiro.
Com oito pontos a mais e nove jogos a cumprir, o time paulista trabalha para manter essa
confortável distância, mesmo
jogando hoje, no Sul, às 16h.
Se, para a imprensa, o discurso de Muricy foi o de manter
um time aguerrido em busca da
vitória, internamente a abordagem aos seus comandados foi
bastante diferente.
Segundo um dos titulares escalados para enfrentar o Grêmio, a preocupação do treinador foi preparar sua equipe para que um possível revés em
Porto Alegre não provoque
uma pane geral no elenco.
O jogador, que pediu para
não ser identificado, detalhou o
discurso de Muricy. O técnico
falou que uma derrota não vai
ser caso de vida ou morte, que
todos os times, inclusive o São
Paulo, vão perder pontos nos
jogos que restam e que a pressão é toda do Grêmio -vai ter
contra si a cobrança da torcida.
O jogo de hoje é considerado
chave. Mas, apesar de o confronto envolver o seu perseguidor mais direto, Muricy não
quis pressionar os atletas.
O seu discurso foi o de que o
ideal seria decidir já -bater o
Grêmio-, mas, se vier a derrota, ainda será possível administrar a "gordura" no torneio.
Durante a entrevista, Muricy
até deu algumas pistas do que
conversou com os atletas. "Tudo tem o seu momento certo.
Não pode ficar só falando a
mesma coisa, senão você se torna um cara chato. Tem momentos para pressionar. Em
outros, não", afirmou o técnico.
Para o jogo, Muricy confirmou André Dias na defesa. No
coletivo, o zagueiro até chegou
a se arriscar mais no apoio, porém, no Olímpico, a missão vai
ser basicamente defensiva.
No coletivo, o destaque ficou
mais uma vez para as jogadas
de bola parada. Com a proibição aos cinegrafistas de gravarem os lances ensaiados, Danilo, Rogério e Júnior tentaram
cobranças diretas e em dois toques contra o gol de Bosco.
Souza prossegue como referência para batidas de escanteios e bolas alçadas à área.
Jogador mais experiente do
time ao lado de Rogério, Júnior
disse que espera um duelo tático. "O Grêmio é uma equipe
muito obediente nesse sentido.
Os jogadores correm bastante,
são jovens e vão ser incentivados o tempo todo pela torcida",
afirmou o lateral-esquerdo.
Diante do caldeirão em que o
Olímpico deve se transformar
hoje à tarde, outra preocupação
da comissão técnica foi com o
fôlego da equipe. Os atletas
treinaram em dois períodos na
terça e na quarta, mesclando
trabalhos físicos com bola.
"Vai ser um jogo muito pegado, de disputa, e preparação física vai ser fundamental para
agüentar o ritmo", disse Souza.
Quanto à pressão dos torcedores, os jogadores garantem
estar preparados. "Acho que a
torcida do Grêmio é até mais fanática que a do Internacional",
declarou André Dias. "Mas, depois que a bola começa a rolar, a
gente vai ficar focado é dentro
de campo mesmo."
NA TV - Grêmio x São Paulo
Globo e Record (para SP e Curitiba),
ao vivo, às 16h
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