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MOTOR
FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br
Joguinho de corrida
BRUNO FOI deliciosamente
prático no exemplo que deu,
nesta semana, sobre o trabalho na Hispania. Ao comentar a preparação para o
debutante GP sul-coreano,
disse: "Enquanto os pilotos
das equipes grandes trabalham em simuladores modernos, eu fiquei treinando
no Playstation".
Fácil de entender, não?
Até para a geração Atari,
talvez tenha sido a imagem
mais clara do abismo que
separa as nanicas do meio
do pelotão -e se você achar
definição melhor que abismo para uma discrepância
gigantesca, use-a, por favor.
Quer outra, um pouco
mais técnica? Então lá vai: a
Hispania usou em Monza as
mesmas asas que havia levado para Mônaco. Aerofólios amplos, para circuito de
baixíssima velocidade. Sim,
não há verba para um novo
pacote aerodinâmico.
A Virgin não fica muito
atrás. Apesar do patrocínio
que clama algum respeito,
pena com falta de peças, de
estrutura, de pessoal. E, na
tabela do Mundial, está
realmente atrás da Hispania, embora a impressão nos
fins de semana de GP seja
um pouco diferente.
Noves fora os conchavos
de Mosley com a Cosworth
que levaram essas equipes à
F-1, uma questão surge: será
que vale a pena disputar um
Mundial nessas condições?
Para as equipes, vale. Vaga na F-1, hoje, é uma franquia. Aquele lugar no fundo
do grid tem um preço. Se
aparecer um maluco disposto a pagar, os espanhóis lavam a égua. E há um monte
de malucos endinheirados
mundo afora, vários deles
neoamigos de Ecclestone.
Para os pilotos, não resta
outra opção. Um ano a mais
de GP2 seria desabonador
para Bruno e Di Grassi. Se
não tem tu, vai com tu mesmo. Seja o que Deus quiser.
É chato? Deve ser. Altamente chato, desanimador,
desmotivador. Mas, hoje, é a
única maneira de sonhar
com um videogame novo.
F-1
BRAÇO
Em entrevista na Coreia do
Sul, o engenheiro da McLaren Phil Prew disse que seu
time é azarão na luta pelo título. É mesmo, embora tenha
tido um carro melhor do que
o da Ferrari por boa parte da
temporada. Hamilton é rapidíssimo, mas não prima por
saber acertar um carro. E
Button só voa quando o carro
está sob medida para seu estilo. Já a Ferrari tem um certo
Alonso. E tem gente que insiste na história de que braço
não faz diferença...
MOTOGP
CORAÇÃO
A Ducati pediu, e a Yamaha
concordou em liberar Rossi
para testar com a nova equipe em Valência. A primeira
sessão da pré-temporada
acontece assim que o atual
campeonato terminar. Tem a
ver com gratidão, tem a ver
com a emotiva carta do italiano ao anunciar a transferência. Tudo muito bonito. Mas
este colunista tem a impressão de que, daqui a um ano,
os japoneses estarão amargamente arrependidos da delicadeza com o rival.
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