São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br

Joguinho de corrida

BRUNO FOI deliciosamente prático no exemplo que deu, nesta semana, sobre o trabalho na Hispania. Ao comentar a preparação para o debutante GP sul-coreano, disse: "Enquanto os pilotos das equipes grandes trabalham em simuladores modernos, eu fiquei treinando no Playstation".
Fácil de entender, não?
Até para a geração Atari, talvez tenha sido a imagem mais clara do abismo que separa as nanicas do meio do pelotão -e se você achar definição melhor que abismo para uma discrepância gigantesca, use-a, por favor.
Quer outra, um pouco mais técnica? Então lá vai: a Hispania usou em Monza as mesmas asas que havia levado para Mônaco. Aerofólios amplos, para circuito de baixíssima velocidade. Sim, não há verba para um novo pacote aerodinâmico.
A Virgin não fica muito atrás. Apesar do patrocínio que clama algum respeito, pena com falta de peças, de estrutura, de pessoal. E, na tabela do Mundial, está realmente atrás da Hispania, embora a impressão nos fins de semana de GP seja um pouco diferente.
Noves fora os conchavos de Mosley com a Cosworth que levaram essas equipes à F-1, uma questão surge: será que vale a pena disputar um Mundial nessas condições?
Para as equipes, vale. Vaga na F-1, hoje, é uma franquia. Aquele lugar no fundo do grid tem um preço. Se aparecer um maluco disposto a pagar, os espanhóis lavam a égua. E há um monte de malucos endinheirados mundo afora, vários deles neoamigos de Ecclestone.
Para os pilotos, não resta outra opção. Um ano a mais de GP2 seria desabonador para Bruno e Di Grassi. Se não tem tu, vai com tu mesmo. Seja o que Deus quiser.
É chato? Deve ser. Altamente chato, desanimador, desmotivador. Mas, hoje, é a única maneira de sonhar com um videogame novo.

F-1
BRAÇO
Em entrevista na Coreia do Sul, o engenheiro da McLaren Phil Prew disse que seu time é azarão na luta pelo título. É mesmo, embora tenha tido um carro melhor do que o da Ferrari por boa parte da temporada. Hamilton é rapidíssimo, mas não prima por saber acertar um carro. E Button só voa quando o carro está sob medida para seu estilo. Já a Ferrari tem um certo Alonso. E tem gente que insiste na história de que braço não faz diferença...

MOTOGP
CORAÇÃO
A Ducati pediu, e a Yamaha concordou em liberar Rossi para testar com a nova equipe em Valência. A primeira sessão da pré-temporada acontece assim que o atual campeonato terminar. Tem a ver com gratidão, tem a ver com a emotiva carta do italiano ao anunciar a transferência. Tudo muito bonito. Mas este colunista tem a impressão de que, daqui a um ano, os japoneses estarão amargamente arrependidos da delicadeza com o rival.


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