|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Após três anos ruins, time volta a se destacar no Nacional com o técnico
Leão empurra Santos para elite com estilo militarista
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Após 15 anos de carreira como
treinador, com passagens por clubes nordestinos, mineiros, gaúchos e japoneses e até pela seleção
brasileira, o técnico Emerson
Leão, 53, dá mostras de ter encontrado no Santos seu porto seguro.
Após três anos consecutivos de
fracassos, o clube precisou recorrer novamente ao treinador para
voltar a passar para a etapa decisiva do Campeonato Brasileiro.
"Aqui, o ano terminava em outubro", brinca o técnico, em referência à eliminação precoce nas
edições de 1999, 2000 e 2001. A última vez que o Santos havia ultrapassado a primeira fase tinha sido
em 1998, quando, sob comando
do próprio Leão, alcançou o terceiro lugar na competição.
"Nossa identificação [entre ele e
o clube] é muito saudável. O
maior indício disso é que cansei
de ouvir que os ex-atletas do Santos eram rabugentos com o pessoal de fora. Mas, aqui, me sinto
em casa. Quando há bom relacionamento, não existem problemas", afirmou o treinador.
A despeito disso, porém, ele
manteve na relação com jogadores e comissão técnica a férrea disciplina de estilo militar, expressa
no jargão empregado durante a
atividade cotidiana, repleto de
metáforas, como "participar das
batalhas", "vencer a guerra", "recompor os feridos" e "nova munição", em referência, respectivamente, à disputa de jogos e campeonatos, aos atletas machucados
e ao potencial do time.
Em sua primeira passagem pela
equipe praiana, Leão estabeleceu
um recorde de permanência na
Vila Belmiro que, possivelmente,
ele mesmo poderá quebrar -a
renovação do contrato do treinador para a próxima temporada
está praticamente acertada.
O período de 474 dias entre janeiro de 1998 e agosto de 1999 foi
o maior de um técnico no comando do Santos nos últimos 16 anos.
Antes de Leão, o último a ostentar marca superior foi Carlos Castilho, campeão paulista de 1984 e
que ficou 625 dias no clube, entre
maio de 1984 e fevereiro de 1986.
A primeira passagem de Leão
também foi o período em que o
Santos mais chegou perto de uma
conquista de prestígio, que persegue desde 1984. Além do terceiro
lugar no Brasileiro-98, Leão levou
o time à conquista da Copa Conmebol do mesmo ano e chegou às
semifinais da Copa do Brasil de
1998 e do Paulista de 1999.
Neste ano, a campanha no Brasileiro é inferior à de 1998, quando
o time conseguiu um aproveitamento de 58,6% dos pontos disputados. Mas o índice de 52%
acabou sendo suficiente para garantir a equipe no oitavo e último
lugar dentre os que decidirão as
quatro vagas para a semifinal.
O time duelará com o São Paulo,
primeiro na fase de classificação.
"Nós nos classificamos em oitavo, mas voltamos a fazer parte do
grupo de elite. Foi o retorno do
Santos ao seu devido lugar."
Leão tenta retomar agora o
prestígio perdido após sua passagem pela seleção, onde foi destituído de sua "ditadurazinha", como ele mesmo definiu sua gestão.
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Clube cede mais ingressos para são-paulinos Índice
|