DA REPORTAGEM LOCAL

Justamente no dia em que o CT do São Paulo esteve mais calmo nesta semana, Oswaldo de Oliveira comandou o treinamento mais tenso do time na preparação para enfrentar o Santos, domingo, pelas quartas-de-final do Brasileiro.
Aos berros, ele orientou os jogadores, que também gritaram uns com os outros. A gritaria coincidiu com o fato de o treinador ter finalmente se livrado de torcedores que recebiam autorização da diretoria para ir ao CT e acabavam assediando os atletas.
Anteontem, pela segunda vez, Oliveira havia ameaçado fechar as portas do CT para esses convidados. Ontem, eles não apareceram.
A torcida que foi ao treinamento ficou na arquibancada e festejou cada gol marcado.
Dentro de campo, o clima era bem diferente. Oliveira gritou frequentemente com os atletas, principalmente para pedir mais rapidez aos meias e aos atacantes.
"Gritei para motivar mais os jogadores e para incentivar um a cobrar do outro", afirmou o treinador, que normalmente orienta a equipe sem berrar.
"Não precisamos de motivação maior do que ter um jogo decisivo pela frente na Vila Belmiro, mas, às vezes, de manhã, é bom o comandante gritar para acordar alguns", disse o atacante Reinaldo.
Os jogadores são-paulinos festejaram o fato de não terem de tirar fotos e dar autógrafos a convidados, após treinarem ontem.
"Muita gente aqui agita bastante o nosso ambiente. Precisamos de tranquilidade", declarou, satisfeito, o atacante Luis Fabiano.
Segundo Oliveira, os convidados não apareceram no CT porque ele decidiu que a presença deles não seria permitida.
Porém o diretor de futebol do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, negou essa versão.
"O treinador não tem autoridade para isso", disse o dirigente. Segundo ele, depois de conversar com o técnico, a diretoria fez um trabalho para conscientizar os conselheiros de que esse não é o momento adequado para visitas.
A maioria desses torcedores é ligada a conselheiros do clube.


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