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São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2003

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Novatos, pratas da casa enfrentam maior teste

MARCUS VINICIUS MARINHO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vágner, Edmílson, Diego Souza e Gláuber. O jogo de hoje mostra a nova cara do Palmeiras, fruto da mudança de filosofia adotada após a chegada de Jair Picerni ao clube. Dos 11 titulares, quatro são novos talentos, formados no clube e recentemente promovidos ao time profissional.
Acostumada a ver craques como Edmundo, Cafu e César Sampaio em campo e ressentida pelas últimas passagens de medalhões apagados como Dodô e Zinho, a torcida do Palmeiras viu seu clube, em crise, mudar de filosofia. Buscando sua volta à elite do futebol brasileiro, a equipe passou a apostar todas suas fichas em valores revelados em casa.
"Antes, o Palmeiras falava em contratações como Evair, Edmundo e França. Mas acabamos caindo na real e aproveitamos os daqui", disse Jair Picerni.
O treinador tratou de valorizar os novos jogadores, apesar da resistência no clube. "No início apanhei, mas consegui encaixar uma filosofia, na qual muita gente não acreditava: investir nos jovens. O Palmeiras mudou sua filosofia. Antes, não havia tantos jogadores do time júnior por aí."
A aposta em pratas da casa foi desencadeada pelas brigas que o treinador teve com o meia Zinho, o atacante Dodô e o lateral Neném, que deixaram o clube no primeiro semestre. Depois disso, Picerni ainda enquadrou jogadores experientes que não estavam rendendo o esperado, como Adãozinho, Pedrinho e Muñoz, que acabaram amargando a reserva. "No meu time jogam os três pontos", disse na época.
As alterações começaram a aparecer no início da segunda divisão. O marco, no entanto, aconteceu no fim de abril, nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, após o Palmeiras ser goleado de forma vexatória por 7 a 2 pelo Vitória em pleno Parque Antarctica. No jogo de volta, Picerni resolveu experimentar os jogadores jovens de seu elenco e acabou por vencer na Bahia, por 3 a 1. Surgiam Vágner, Edmílson e Diego Souza.
"O segundo jogo contra o Vitória abriu as portas para nós. Mudou tudo, agora nossa responsabilidade é muito grande. Mas estamos preparados para tudo isso", diz Vágner, 19, artilheiro do time com 17 gols. "Foi a nossa oportunidade", afirma seu companheiro de ataque, Edmílson, 21, com dez gols na Série B.
Os dois e o meia Diego Souza já marcaram 35 gols, quase metade dos 74 do time no campeonato.
"Eu não imaginava isso no começo. Mas estar tão novo, com 19 anos, e subir com o Palmeiras será melhor que ganhar qualquer Paulista", afirma Diego Souza.
Os três jogadores garantem a permanência no Palmeiras para 2004 e prometem entrar para a história do clube. "Ainda tenho muitos sonhos para realizar aqui. Vou ficar no Palmeiras pelo menos por mais uns três ou quatro anos", diz Diego Souza. "Quero dar ainda mais alegrias para a torcida do Palmeiras", diz Vágner.


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