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Novatos, pratas da casa enfrentam maior teste
MARCUS VINICIUS MARINHO
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Vágner, Edmílson, Diego Souza
e Gláuber. O jogo de hoje mostra a
nova cara do Palmeiras, fruto da
mudança de filosofia adotada
após a chegada de Jair Picerni ao
clube. Dos 11 titulares, quatro são
novos talentos, formados no clube e recentemente promovidos ao
time profissional.
Acostumada a ver craques como Edmundo, Cafu e César Sampaio em campo e ressentida pelas
últimas passagens de medalhões
apagados como Dodô e Zinho, a
torcida do Palmeiras viu seu clube, em crise, mudar de filosofia.
Buscando sua volta à elite do futebol brasileiro, a equipe passou a
apostar todas suas fichas em valores revelados em casa.
"Antes, o Palmeiras falava em
contratações como Evair, Edmundo e França. Mas acabamos
caindo na real e aproveitamos os
daqui", disse Jair Picerni.
O treinador tratou de valorizar
os novos jogadores, apesar da resistência no clube. "No início apanhei, mas consegui encaixar uma
filosofia, na qual muita gente não
acreditava: investir nos jovens. O
Palmeiras mudou sua filosofia.
Antes, não havia tantos jogadores
do time júnior por aí."
A aposta em pratas da casa foi
desencadeada pelas brigas que o
treinador teve com o meia Zinho,
o atacante Dodô e o lateral Neném, que deixaram o clube no
primeiro semestre. Depois disso,
Picerni ainda enquadrou jogadores experientes que não estavam
rendendo o esperado, como
Adãozinho, Pedrinho e Muñoz,
que acabaram amargando a reserva. "No meu time jogam os três
pontos", disse na época.
As alterações começaram a aparecer no início da segunda divisão. O marco, no entanto, aconteceu no fim de abril, nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, após o
Palmeiras ser goleado de forma
vexatória por 7 a 2 pelo Vitória em
pleno Parque Antarctica. No jogo
de volta, Picerni resolveu experimentar os jogadores jovens de seu
elenco e acabou por vencer na Bahia, por 3 a 1. Surgiam Vágner,
Edmílson e Diego Souza.
"O segundo jogo contra o Vitória abriu as portas para nós. Mudou tudo, agora nossa responsabilidade é muito grande. Mas estamos preparados para tudo isso", diz Vágner, 19, artilheiro do
time com 17 gols. "Foi a nossa
oportunidade", afirma seu companheiro de ataque, Edmílson, 21,
com dez gols na Série B.
Os dois e o meia Diego Souza já
marcaram 35 gols, quase metade
dos 74 do time no campeonato.
"Eu não imaginava isso no começo. Mas estar tão novo, com 19
anos, e subir com o Palmeiras será
melhor que ganhar qualquer Paulista", afirma Diego Souza.
Os três jogadores garantem a
permanência no Palmeiras para
2004 e prometem entrar para a
história do clube. "Ainda tenho
muitos sonhos para realizar aqui.
Vou ficar no Palmeiras pelo menos por mais uns três ou quatro
anos", diz Diego Souza. "Quero
dar ainda mais alegrias para a torcida do Palmeiras", diz Vágner.
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