UOL


São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Promoções e preço baixo fazem número de fãs não-pagantes disparar

Contra descenso, Grêmio abre portões do Olímpico

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Até a pé onde o Grêmio estiver, e melhor ainda com uma promoção. É assim, com a força da torcida, que o tradicional clube gaúcho quer fugir do rebaixamento à segunda divisão do Brasileiro.
Com uma série de promoções e cobrando verdadeiras pechinchas por um ingresso, o Grêmio levou no segundo turno para o estádio Olímpico, onde enfrenta hoje o Vasco, um número de torcedores não-pagantes quase igual ao dos que colocaram a mão no bolso.
Em média, 10.794 gremistas por partida acompanharam as partidas caseiras da equipe na segunda parte do Nacional sem gastar um tostão. Pelo último balanço divulgado pela CBF, o número de pagantes por confronto do campeonato não supera os 10 mil.
A marca dos "sem-ingresso" gremistas no segundo turno é maior do que a média geral de 16 agremiações no Brasileiro.
A divisão entre entradas pagas e gratuitas no Grêmio é mínima. No segundo turno, o clube tem média de 12.075 pagantes por jogo. Assim, os que entraram de graça representam 89% daqueles que precisaram pagar. Na maioria esmagadora dos casos, essa proporção não bate nos 20% em outros times da elite.
Hoje, contra o Vasco, a diretoria gremista vai repetir a estratégia das últimas rodadas para encher seu estádio. Quem comprar um ingresso para qualquer setor irá receber outro de graça. O bilhete ainda dá direito a um desconto de 50% na compra de uma pizza.
Não bastasse o alto número de entradas distribuídas gratuitamente e os brindes, o Grêmio ainda cobra pouco de quem paga.
Pelos números da CBF, o preço médio dos ingressos no estádio Olímpico no segundo turno não chega a R$ 7, contra uma média geral de quase R$ 10.

Longo prazo
A política de abrir os portões do Olímpico tem duas funções. "Isso acontece por duas coisas diferentes. Uma pelo momento ruim do time. A outra é uma campanha de longo prazo para aflorar o gremismo", diz Paulo César Verardi, superintende de marketing do time.
Até agora, o apoio maciço da torcida (contando pagantes e não-pagantes são mais de 22 mil fãs por partida) não deu resultados tão bons. Em nove jogos no returno disputados no Olímpico, o Grêmio venceu só duas vezes.
Quando o time sair da crise atual, a diretoria pretende acabar com a política atual de preços. Já parcerias como as da pizza e outras em gestação serão mantidas. "Queremos agregar valor ao ingresso", explica Verardi.
Além do Grêmio, outro clube que corre risco de rebaixamento vem enchendo seu estádio, mas sem pechincha. O Fortaleza lidera a bilheteria do Nacional, com média de 23.472 pagantes por jogo. O clube entretanto, cobra, em média, mais de R$ 9 por bilhete.


Texto Anterior: O que ver na TV
Próximo Texto: São Paulo tenta ampliar acordo com artilheiro
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.