O skate surgiu em uma tentativa de reproduzir, fora d'água, no início dos anos 70, as manobras vistas no surfe

D ESCER A ladeira no gás, fazendo curvas que simulavam manobras do surfe, foi o primeiro impulso no skate. A modalidade, que com a coreográfica freestyle foi a responsável pela introdução do esporte no início dos anos 70, logo perdeu espaço para o vertical e o street, mais sofisticados, desafiadores e atraentes aos jovens.
Mas o slalom ensaia seu retorno, e o que já está em fase avançada na Europa e nos EUA vai ganhando força aqui. Neste ano, três provas foram realizadas aqui na capital, valendo pontos para o circuito mundial da ISSA. As duas primeiras, na Vila Madalena e no museu do Ipiranga, e a terceira, no feriado de anteontem.
Além da presença do atual campeão mundial, Jason Mitchell, a principal atração da prova no Dia da Consciência Negra foi a locação: o autódromo de Interlagos. Descer o Laranjinha, na contramão, com o asfalto zerado foi uma motivação e tanto para os 38 competidores.
A primeira eliminatória, com três descidas contra o relógio com direito a dois descartes, selecionou 20 competidores para a segunda fase. E assim até os dez finalistas. Os americanos Mitchell e Barret Deck, que vieram para conhecer a cena local e ajudar na consolidação da modalidade, levaram com folga a primeira e a segunda colocações, seguidos por Tiago ""Gardenal" e Kako Max, vencedor das etapas anteriores. O evento reuniu competidores dos 18 aos 50 anos sob organização do também competidor Bruno Leonardo. A simplicidade quase ingênua foi característica da prova, o que tornou o Grande Prêmio Brasil de Skate Slalom ainda mais simpático.
Há um núcleo na Secretaria Municipal de Esportes focado naqueles que atraem mais interesse dos jovens. Na Virada Esportiva foi responsável pela Arena da Juventude Radical, em outra ação levou o motocross freestyle para a Vila Brasilândia, uma das áreas mais carentes da cidade. Normalmente uma hora de Interlagos custa R$ 7.000, algo que as ricas categorias do automobilismo podem arcar. Mas a maior parte do tempo, como no feriado de terça, a enorme área pública fica subutilizada, e, com critério, esses espaços podem ser mais bem aproveitados. O skate agradece.

BRASILEIRAS NO MUNDIAL
Jacqueline Silva, 28, tornou-se em Haleiwa, Havaí, a primeira bicampeã mundial na divisão de acesso do surfe, WQS. Sua colega no Tour, Silvana Lima, 23, tem cinco pódios em seis etapas e disputa com a estreante e líder do circuito, Stephanie Gilmore, o título da elite, WCT.

TRÍPLICE COROA HAVAIANA
A prova masculina em Haleiwa foi reiniciada ontem após uma semana de ondas pequenas. Hoje a prova fica parada, apesar das ondas de 10 pés, devido ao feriado de Thanksgiving. Onze brasileiros estão na disputa, que vai até sábado. Em seguida começa a última etapa do WQS, em Sunset.

sarli@trip.com.br


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