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CBF punirá com mais rigor após "malcriação"
Nova regra proíbe gandulas adultos e aumenta multa por atraso em partidas
Na reta final do Brasileiro, repositor de bola tentou ajudar Corinthians, clube que ainda retardou jogo decisivo em 17 minutos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo regulamento geral de
torneios organizados pela CBF,
divulgado na semana passada,
amplia o rigor em dois pontos
que mancharam ainda mais o
rebaixamento do Corinthians
para a Série B do Brasileiro.
Papelões como o gandula do
clube paulista que tentou evitar
contra-ataque do Vasco em jogo no Pacaembu, arremessando bola no gramado, e o longo
atraso para entrar em campo
na rodada derradeira contra o
Grêmio, que acabou sendo inútil, terão penas mais duras.
Até este ano, a regra da CBF
exigia a montagem de equipe
de gandulas para cada jogo, sem
especificar idade, e que isso era
responsabilidade dos times.
Isso facilitava ações como a
do Corinthians e de praticamente todos os times da primeira divisão, que escalavam
adultos para a função, muitas
vezes treinados para retardar a
devolução da bola dependendo
dos interesses do mandante.
A partir de agora, as federações é que serão responsáveis
pelos gandulas, sendo que eles
obrigatoriamente terão de ser
adolescentes entre 12 e 14 anos
e treinados especificamente
para desempenhar a função.
Problemas disciplinares envolvendo gandulas são responsáveis por algumas das penas
mais rigorosas impostas pelo
STJD (Superior Tribunal de
Justiça Desportiva) -já houve
até a eliminação do futebol.
Em 2008, quem fizer como o
Corinthians, que entrou em
campo com 17 minutos de atraso para pegar o Grêmio buscando jogar sabendo de outros resultados que lhe interessavam,
sofrerá baque maior no cofre.
A partir de agora, cada minuto de atraso em rodadas com
obrigatoriedade de início simultâneo, como a última do
Brasileiro, vai custar R$ 10 mil
aos cofres do infrator. Pelo código disciplinar brasileiro, esse
valor é hoje de R$ 1.000, podendo dobrar na reincidência.
Assim, no lugar dos R$ 34 mil
que recebeu de punição pelo
que ocorreu no Olímpico, o Corinthians teria que pagar R$
170 mil. A CBF soltou comunicado prometendo ser mais rigorosa nesses casos logo após o
jogo do Corinthians, no dia 2.
Além de punições mais pesadas para as malcriações como
as do Corinthians, a nova regra
fala em maior rigor na inspeção
de segurança dos estádios, que
serão liberados só após a aprovação de comissões estaduais.
A medida tenta evitar tragédias
como a da Fonte Nova, em jogo
do Bahia, pela Série C, na qual
morreram sete torcedores.
A CBF também quer diminuir a burocracia no vínculo
entre atleta e clube. A partir de
agora, a entidade só aceita versões eletrônicas dos contratos.
Outra alteração vai afetar diretamente as federações. As
despesas "administrativas"
dessas entidades, que constam
nos borderôs das partidas, terão que ser "necessariamente
justificadas e comprovadas".
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