São Paulo, sábado, 22 de dezembro de 2007

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CBF punirá com mais rigor após "malcriação"

Nova regra proíbe gandulas adultos e aumenta multa por atraso em partidas

Na reta final do Brasileiro, repositor de bola tentou ajudar Corinthians, clube que ainda retardou jogo decisivo em 17 minutos


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo regulamento geral de torneios organizados pela CBF, divulgado na semana passada, amplia o rigor em dois pontos que mancharam ainda mais o rebaixamento do Corinthians para a Série B do Brasileiro.
Papelões como o gandula do clube paulista que tentou evitar contra-ataque do Vasco em jogo no Pacaembu, arremessando bola no gramado, e o longo atraso para entrar em campo na rodada derradeira contra o Grêmio, que acabou sendo inútil, terão penas mais duras.
Até este ano, a regra da CBF exigia a montagem de equipe de gandulas para cada jogo, sem especificar idade, e que isso era responsabilidade dos times.
Isso facilitava ações como a do Corinthians e de praticamente todos os times da primeira divisão, que escalavam adultos para a função, muitas vezes treinados para retardar a devolução da bola dependendo dos interesses do mandante.
A partir de agora, as federações é que serão responsáveis pelos gandulas, sendo que eles obrigatoriamente terão de ser adolescentes entre 12 e 14 anos e treinados especificamente para desempenhar a função.
Problemas disciplinares envolvendo gandulas são responsáveis por algumas das penas mais rigorosas impostas pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) -já houve até a eliminação do futebol.
Em 2008, quem fizer como o Corinthians, que entrou em campo com 17 minutos de atraso para pegar o Grêmio buscando jogar sabendo de outros resultados que lhe interessavam, sofrerá baque maior no cofre.
A partir de agora, cada minuto de atraso em rodadas com obrigatoriedade de início simultâneo, como a última do Brasileiro, vai custar R$ 10 mil aos cofres do infrator. Pelo código disciplinar brasileiro, esse valor é hoje de R$ 1.000, podendo dobrar na reincidência.
Assim, no lugar dos R$ 34 mil que recebeu de punição pelo que ocorreu no Olímpico, o Corinthians teria que pagar R$ 170 mil. A CBF soltou comunicado prometendo ser mais rigorosa nesses casos logo após o jogo do Corinthians, no dia 2.
Além de punições mais pesadas para as malcriações como as do Corinthians, a nova regra fala em maior rigor na inspeção de segurança dos estádios, que serão liberados só após a aprovação de comissões estaduais. A medida tenta evitar tragédias como a da Fonte Nova, em jogo do Bahia, pela Série C, na qual morreram sete torcedores.
A CBF também quer diminuir a burocracia no vínculo entre atleta e clube. A partir de agora, a entidade só aceita versões eletrônicas dos contratos.
Outra alteração vai afetar diretamente as federações. As despesas "administrativas" dessas entidades, que constam nos borderôs das partidas, terão que ser "necessariamente justificadas e comprovadas".


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