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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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Técnico da seleção brasileira vai coordenar um centro para a formação de profissionais da bola

Parreira será executivo da escola de futebol da CBF

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Além do desafio de conquistar o hexacampeonato em 2006, o técnico Carlos Alberto Parreira vai executar o projeto de criação de uma escola brasileira de futebol.
A entidade, que será viabilizada financeiramente pela CBF, vai ser um centro de excelência para a formação e aperfeiçoamento de treinadores, preparadores físicos, médicos, árbitros e dirigentes.
"Esse projeto é muito prazeroso. As federações de países como Alemanha, Itália e Inglaterra têm suas escolas, o Brasil não pode ficar atrás", disse Parreira, que está coordenando o projeto com o supervisor Américo Faria.
A escola não se limitará a apenas realizar cursos e seminários sobre o futebol. Pelo projeto de Parreira, a instituição também vai editar livros e produzir vídeos, entre outros projetos.
"A idéia é fazer da escola uma referência sobre o futebol brasileiro. Além de organizarmos congressos técnicos antes do início das competições, queremos até editar um manual, como existe no exterior, de padronização da escola brasileira, detalhando a realização de treinos, esquema táticos etc.", disse Parreira, que já fez cursos em várias escolas no exterior.
Segundo Faria, o interesse dos estrangeiros pelo projeto da escola brasileira é grande.
"Quando viajamos, eles ficam sempre nos questionando sobre o motivo da série de títulos da seleção e nos estimulam muito a criar a escola. Além do sucesso do nosso time, eles também ficam muito impressionados com os nossos médicos e preparadores físicos", declarou Faria.
Às vésperas da Copa do Mundo de 2002, os médicos do Barcelona e da Inter de Milão condenavam a decisão do técnico Luiz Felipe Scolari de escalar o meia-atacante Rivaldo, então do clube catalão, e o atacante Ronaldo, que era do time italiano, na competição.
Eles alegavam que os jogadores corriam risco de sofrer contusões graves no Mundial, o que não aconteceu. Pelo contrário, Ronaldo e Rivaldo foram os destaques da seleção na Copa.
O supervisor disse que o projeto já recebeu o aval do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O valor gasto para a execução da escola não foi ainda fechado.
Para realizar o projeto, Parreira afirmou que a CBF terá que contratar um profissional exclusivo para comandar a escola.
"Todos nós temos boas intenções, mas também temos muitos compromissos com a seleção. Como queremos que a escola tenha uma vida durante todo o ano, ela tem que ser gerida por um profissional que esteja compromissado com isso. Sem um diretor técnico, o projeto perde muito", disse o técnico da seleção, que não quis adiantar o nome que pretende sugerir à direção da CBF.
O local para a instalação da escola ainda não foi definido pela CBF. De acordo com Faria, a Granja Comary, onde fica localizado o centro de treinamento da CBF, em Teresópolis, município na região serrana do Estado do Rio, poderá ser aproveitada.
"Em 2003, a taxa de ocupação da granja vai ser de 176 dias. Ou seja, temos quase metade de um ano no ócio. Nesse período, a escola poderia funcionar", disse Faria, que é o homem-forte da CBF no comando de todas as categorias da seleção masculina.
"Isso tudo é possível e é viável", concluiu Parreira.


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