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Técnico da seleção brasileira vai coordenar um centro para a formação de profissionais da bola
Parreira será executivo da escola de futebol da CBF
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Além do desafio de conquistar o
hexacampeonato em 2006, o técnico Carlos Alberto Parreira vai
executar o projeto de criação de
uma escola brasileira de futebol.
A entidade, que será viabilizada
financeiramente pela CBF, vai ser
um centro de excelência para a
formação e aperfeiçoamento de
treinadores, preparadores físicos,
médicos, árbitros e dirigentes.
"Esse projeto é muito prazeroso. As federações de países como
Alemanha, Itália e Inglaterra têm
suas escolas, o Brasil não pode ficar atrás", disse Parreira, que está
coordenando o projeto com o supervisor Américo Faria.
A escola não se limitará a apenas realizar cursos e seminários
sobre o futebol. Pelo projeto de
Parreira, a instituição também vai
editar livros e produzir vídeos, entre outros projetos.
"A idéia é fazer da escola uma
referência sobre o futebol brasileiro. Além de organizarmos congressos técnicos antes do início
das competições, queremos até
editar um manual, como existe no
exterior, de padronização da escola brasileira, detalhando a realização de treinos, esquema táticos
etc.", disse Parreira, que já fez cursos em várias escolas no exterior.
Segundo Faria, o interesse dos
estrangeiros pelo projeto da escola brasileira é grande.
"Quando viajamos, eles ficam
sempre nos questionando sobre o
motivo da série de títulos da seleção e nos estimulam muito a criar
a escola. Além do sucesso do nosso time, eles também ficam muito
impressionados com os nossos
médicos e preparadores físicos",
declarou Faria.
Às vésperas da Copa do Mundo
de 2002, os médicos do Barcelona
e da Inter de Milão condenavam a
decisão do técnico Luiz Felipe
Scolari de escalar o meia-atacante
Rivaldo, então do clube catalão, e
o atacante Ronaldo, que era do time italiano, na competição.
Eles alegavam que os jogadores
corriam risco de sofrer contusões
graves no Mundial, o que não
aconteceu. Pelo contrário, Ronaldo e Rivaldo foram os destaques
da seleção na Copa.
O supervisor disse que o projeto
já recebeu o aval do presidente da
CBF, Ricardo Teixeira. O valor
gasto para a execução da escola
não foi ainda fechado.
Para realizar o projeto, Parreira
afirmou que a CBF terá que contratar um profissional exclusivo
para comandar a escola.
"Todos nós temos boas intenções, mas também temos muitos
compromissos com a seleção. Como queremos que a escola tenha
uma vida durante todo o ano, ela
tem que ser gerida por um profissional que esteja compromissado
com isso. Sem um diretor técnico,
o projeto perde muito", disse o
técnico da seleção, que não quis
adiantar o nome que pretende sugerir à direção da CBF.
O local para a instalação da escola ainda não foi definido pela
CBF. De acordo com Faria, a
Granja Comary, onde fica localizado o centro de treinamento da
CBF, em Teresópolis, município
na região serrana do Estado do
Rio, poderá ser aproveitada.
"Em 2003, a taxa de ocupação
da granja vai ser de 176 dias. Ou
seja, temos quase metade de um
ano no ócio. Nesse período, a escola poderia funcionar", disse Faria, que é o homem-forte da CBF
no comando de todas as categorias da seleção masculina.
"Isso tudo é possível e é viável",
concluiu Parreira.
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