São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2005

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O PERSONAGEM

Ulbra contrata 1º sérvio para atuar na competição

DA REPORTAGEM LOCAL

A língua é esquisita, o clima é abrasador, o basquete é diferente. Essas foram algumas das dificuldades encontradas por Dusan Milicic, 25, contratado pela Ulbra e primeiro jogador de basquete de Sérvia e Montenegro a vir atuar no Brasil.
"Aqui é muito quente", disse à Folha o ala-pivô, que ficou vermelho após passear na praia, logo que chegou ao país.
Europeus no basquete masculino nacional são raros.
"Me lembro só dos lituanos Radvilas e Mindaugas", diz José Medalha, dono de um dos maiores arquivos da modalidade no país, referindo-se aos irmãos que migraram novos e se tornaram atletas já no Brasil.
Milicic representa uma das principais escolas do basquete. Como Iugoslávia, sua nação foi campeã mundial em 1970, 1978, 1990, 1998 e 2002. Em Olimpíadas, foram os únicos a quebrar a hegemonia de EUA e URSS durante a Guerra Fria, com o título em Montréal-76.
"Na Europa o jogo é mais cadenciado. Aqui é muita correria. Mas as duas escolas são importantes. Um europeu é campeão mundial [Iugoslávia], e um americano ganhou a Olimpíada [Argentina]", observa.
A vontade de jogar no Brasil foi despertada em 99, quando jogava na Universidade Furman (EUA). Um de seus colegas de time era o armador Guilherme Luz, hoje no Franca.
"Gosto de conhecer lugares diferentes e outras culturas, e o basquete me ajuda a realizar esse desejo", conta o atleta, que além de EUA e Sérvia e Montenegro, já percorreu Itália, Alemanha, Macedônia e Equador.
Mas a estada no país não deve exceder muito o fim do Nacional, em junho. Milicic já tem planos ambiciosos pela frente.
"Vou disputar uma liga de verão pelo Los Angeles Clippers. Mas a concorrência é muito grande. Todos querem jogar na NBA", lamenta ele.
Atleta da nova geração, o sérvio cita com mais desenvoltura os brasileiros que atuam na NBA do que as façanhas de Oscar, jogador do país mais celebrado internacionalmente.
"Conheço Nenê, Barbosa [Leandrinho] e Anderson, que já tinha potencial quando jogava no Barcelona", opina. (ALF)


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