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O PERSONAGEM
Ulbra contrata 1º sérvio para atuar na competição
DA REPORTAGEM LOCAL
A língua é esquisita, o clima é
abrasador, o basquete é diferente. Essas foram algumas das
dificuldades encontradas por
Dusan Milicic, 25, contratado
pela Ulbra e primeiro jogador
de basquete de Sérvia e Montenegro a vir atuar no Brasil.
"Aqui é muito quente", disse
à Folha o ala-pivô, que ficou
vermelho após passear na
praia, logo que chegou ao país.
Europeus no basquete masculino nacional são raros.
"Me lembro só dos lituanos
Radvilas e Mindaugas", diz José Medalha, dono de um dos
maiores arquivos da modalidade no país, referindo-se aos irmãos que migraram novos e se
tornaram atletas já no Brasil.
Milicic representa uma das
principais escolas do basquete.
Como Iugoslávia, sua nação foi
campeã mundial em 1970,
1978, 1990, 1998 e 2002. Em
Olimpíadas, foram os únicos a
quebrar a hegemonia de EUA e
URSS durante a Guerra Fria,
com o título em Montréal-76.
"Na Europa o jogo é mais cadenciado. Aqui é muita correria. Mas as duas escolas são importantes. Um europeu é campeão mundial [Iugoslávia], e
um americano ganhou a Olimpíada [Argentina]", observa.
A vontade de jogar no Brasil
foi despertada em 99, quando
jogava na Universidade Furman (EUA). Um de seus colegas de time era o armador Guilherme Luz, hoje no Franca.
"Gosto de conhecer lugares
diferentes e outras culturas, e o
basquete me ajuda a realizar esse desejo", conta o atleta, que
além de EUA e Sérvia e Montenegro, já percorreu Itália, Alemanha, Macedônia e Equador.
Mas a estada no país não deve
exceder muito o fim do Nacional, em junho. Milicic já tem
planos ambiciosos pela frente.
"Vou disputar uma liga de
verão pelo Los Angeles Clippers. Mas a concorrência é
muito grande. Todos querem
jogar na NBA", lamenta ele.
Atleta da nova geração, o sérvio cita com mais desenvoltura
os brasileiros que atuam na
NBA do que as façanhas de Oscar, jogador do país mais celebrado internacionalmente.
"Conheço Nenê, Barbosa
[Leandrinho] e Anderson, que
já tinha potencial quando jogava no Barcelona", opina.
(ALF)
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