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São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 2003

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FUTEBOL

Ameaçado, Oswaldo de Oliveira diz que é admissível administrar placar

São Paulo dissimula, mas pensa em fazer resultado

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

"Acho admissível administrar um resultado no fim do jogo, dependendo dos outros resultados da rodada. Por enquanto, pensamos na vitória", disse o técnico são-paulino Oswaldo de Oliveira sobre o jogo de hoje, às 16h, contra o Santo André, no Morumbi.
A última partida do São Paulo na fase de classificação do Paulista pouca importância tem para as pretensões do time no torneio, mas muito importará para o rival do ABC, para o Santos e para o treinador são-paulino.
Segundo o Datafolha, a equipe só não avançará às quartas-de-finais se levar uma goleada (acima de seis gols) e, ao mesmo tempo, o Guarani vencer, o Corinthians ao menos empatar, ou o Paulista aplicar três gols de diferença na Portuguesa Santista, ou a Lusa vencer o Botafogo por cinco gols.
Já o Santo André precisa de um ponto para se classificar. E o Santos, que folga na rodada, pode precisar, entre outros resultados, que o São Paulo vença para se classificar entre os dois mais bem colocados pelo índice técnico.
"Não vamos jogar por ninguém. Vamos jogar pela gente, precisamos embalar. Vamos entrar para vencer o Santo André, mas, se no final o resultado não agradar, não será problema nosso", disse o lateral Gustavo Nery, que, entretanto, refutou a idéia de complô. "A vitória é o objetivo do São Paulo por causa do São Paulo."
Suspenso, Jean, que hoje será substituído por Júlio Santos, saiu da reunião dos jogadores, que antecedeu o coletivo do time anteontem, com a mesma idéia.
"Não temos que pensar no Santos. Se empatarmos, e o Santos terminar eliminado, problema deles", disse o zagueiro Jean, que completou: "Praticamente classificado, o time tem que se preocupar consigo, em adquirir tranquilidade, em entrar bem nas quartas-de-finais. Por isso temos que ganhar do Santo André".
A preocupação de embalar, independentemente da classificação praticamente assegurada, foi repetida por outros são-paulinos, preocupados em vencer para acalmar a pressão que voltaram a sofrer desde que perderam na estréia da Copa do Brasil, na quarta. Irritados com a instabilidade da equipe, os dirigentes prometeram "providências drásticas" se o time, "que recebe alto investimento", não der retorno em campo.
"Do jeito que as coisas estão, temos que aproveitar todas as oportunidades. Não podemos acordar em campo quando for tarde demais. Eu, que estou sem marcar [marcou um gol na temporada], preciso ganhar confiança e, se puder, enfiar dez bolas para dentro para acalmar a situação", afirmou o atacante Luis Fabiano.
O técnico Oswaldo de Oliveira, cujo cargo está ameaçado desde o início do ano, já que o São Paulo tem intercalado bons resultados com tropeços, pensa em administrar o resultado, mas não quer "fugir" do Santos -que pode ser o rival são-paulino na próxima fase caso o time ganhe hoje. "Para mim, melhor será ganhar do Santos nas quartas-de-finais do que de um time menos expressivo."
O assunto "complô" foi oficialmente descartado pelos rivais do ABC, que precisam de um empate. "Se fosse um jogo de compadres, não teríamos ficado concentrados em Jarinu. Era só jogar e pronto. Não iria gastar dinheiro à toa", disse o diretor de futebol do Santo André, Sérgio do Prado.


NA TV - ESPN Brasil, às 16h, ao vivo


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