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TÊNIS
Com mudanças de data e superfície, sobe o nível da competição na Bahia
No saibro, Costa do Sauípe fica mais difícil para Guga
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Profissional desde 1995, só nesta
semana Gustavo Kuerten vai ter a
oportunidade de disputar um torneio de primeira linha da ATP
(Associação dos Tenistas Profissionais) no saibro, sua superfície
predileta, em seu país.
Guga, que estréia amanhã no
Torneio da Costa do Sauípe contra o espanhol Oscar Hernandez,
já foi campeão do evento, em
2002. Naquela ocasião, porém, os
jogos eram em quadra dura.
Mas, para tentar repetir o título,
Kuerten enfrentará uma chave
muito mais difícil agora.
Além de adversários mais competitivos, Guga encara outros
problemas na Costa do Sauípe.
O brasileiro atravessa seu maior
jejum sem títulos no saibro. Desde a conquista em Stuttgart, em
julho de 2001, já são 135 semanas
sem levantar um troféu no piso.
Na semana passada, com uma
gripe, não passou da estréia em
Buenos Aires. "Fiquei três dias de
cama, com uma gripe chata. Estou a 70 ou 80%. Hoje [domingo]
me sinto mais disposto para jogar, mas não estou com a mesma
resistência e pique."
Desde sua primeira edição, em
2001, até a temporada passada, o
Torneio da Costa do Sauípe acontecia na semana seguinte à disputa do Aberto dos EUA. A data não
era muito favorável, já que as
principais estrelas preferem descansar logo após os Grand Slams.
No calendário de 2004, porém, o
torneio baiano foi antecipado para fevereiro, e a superfície, mudada para a terra batida.
Com as mudanças, a competição brasileira passou a integrar a
turnê latino-americana no saibro,
ao lado dos torneios de Viña del
Mar, Buenos Aires e Acapulco.
Com isso, mesmo com menos
estrelas do que na capital argentina, evento com o mesmo padrão
de premiação e pontos, o Torneio
da Costa do Sauípe apresenta um
nível técnico mais elevado do que
suas edições anteriores.
Pela primeira vez, Guga terá a
companhia de um rival com credenciais próximas às suas.
O espanhol Carlos Moyá, sétimo da ATP, também já foi líder
do ranking e campeão de Roland
Garros. "O saibro tem mais a ver
com os brasileiros e, com a nova
data, jogadores como o Moyá,
que tem título de Grand Slam e foi
número um do mundo, também
estarão aqui", atestou Guga.
Em 2003, o cabeça-de-chave número um foi o alemão Rainer
Schuettler, que ocupava então o
oitavo posto do ranking, sua melhor posição até então, mas que
nunca venceu um Grand Slam.
Além do topo, o torneio também teve uma melhora nos currículos no pelotão intermediário.
Neste ano, a chave de 32 tenistas
tem 15 com pelo menos um título
na carreira. Em 2003, os atletas
com esse perfil eram apenas nove.
O último tenista a entrar na chave principal deste ano de acordo
com o ranking foi o israelense Harel Levy, 99º do mundo.
O chileno Hermes Gamonal, na
época o 159º, foi o último com vaga garantida em 2003. Um tenista
com essa colocação agora não
apareceria nem entre os cabeças-de-chave do qualifying.
Se, pelo menos na estréia, o nível técnico mais alto não afeta Guga -Oscar Hernadez é o 91º do
ranking e nunca passou das quartas-de-final de um torneio-, Flávio Saretta sofre as conseqüências
logo em sua primeira partida.
Único brasileiro além de Guga a
entrar na chave pelo ranking, Saretta melhorou sua posição em relação a 2003 (44º contra 46º), mas
perdeu a condição de favorito.
Sem o privilégio de pegar rivais
teoricamente mais fracos no início, ele estréia contra o argentino
Juan Ignacio Chela, 41º do mundo
e oitavo cabeça-de-chave.
Além de Guga e Saretta, o Brasil
terá Ricardo Mello -que joga hoje, por volta das 20h30, contra o
argentino Gastón Gaudio-,
Franco Ferreiro e Pedro Braga.
NA TV - Torneio da Costa do
Sauípe, às 14h30 e 19h, na
Sportv, e às 20h30, na Record
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