São Paulo, segunda-feira, 23 de março de 2009

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JUCA KFOURI

Dentinho mastiga o clássico


No jogo de Ronaldo e de Neymar, o menino Dentinho acabou sendo o responsável pela vitória do Corinthians

QUEM FOI ao Pacaembu para ver a dupla Dentinho e Dentão, viu mais o primeiro que o segundo. E quem foi ver Neymar quase viu um gol do garoto, mas não muito mais do que isso.
O clássico até começou muito bem, com o Corinthians aparentando que faria, enfim, uma grande apresentação nesta temporada. Acabou por não fazer, embora sua vitória, com gol solitário de Dentinho, tenha sido incontestável.
Até porque, logo depois do gol, Douglas, que havia feito um cruzamento precioso para a abertura do placar, perdeu gol feito em ótima defesa de Fábio Costa, que tinha saído jogando mal.
Retrato do futebol brasileiro, apesar de o Santos jogar com três atacantes desde o começo da partida, além de Dentinho, que se antecipou a Triguinho para mastigá-lo no lance do gol, quem brilhou mesmo foram Elias e Boquita.
Este último, também adolescente, tem tudo para fazer carreira.
Tem a abnegação de Ezequiel da Fiel e a maturidade de Zé Elias, embora tenha mais recursos do que ambos juntos.
Se Vágner Mancini, que conheceu sua primeira derrota na décima partida no comando do Santos, escalou o time que a torcida queria por um lado, por outro não foi feliz ao tirar tanto Neymar quanto Luizinho ainda antes da metade do segundo tempo -porque o menino era o mais insinuante dos santistas, e Luizinho apoiava com eficiência.
Mano Menezes ganhou seu primeiro clássico, manteve uma invencibilidade impressionante com seu grupo de titulares -38 jogos- vê seu time na vice-liderança. Mas, sempre tem um mas, seguiu seu estilo excessivamente cauteloso no segundo tempo, que só não levou sufoco ao Corinthians porque Lúcio Flávio tem sido um fiasco, e Roni não repetiu suas últimas atuações, além do fato de Kléber Pereira estar, naturalmente, sem ritmo de jogo depois de tanto tempo parado.
Como Ronaldo, que, ao ir deixando de ser novidade, mostra o quanto ainda precisa para ser verdadeiramente competitivo, além de ter sofrido sua primeira, e única falta até aqui, no 196º minuto após seu retorno aos gramados.
Ontem ele perdeu três gols que faria de olhos fechados se em forma, um deles, é verdade, com um impedimento já assinalado.
Para variar, seguindo a orientação do promotor de Justiça que quer só 5% de torcida adversária à do mandante dos clássicos, a tropa de choque dos santistas uniformizados quebrou o pau com a Polícia Militar ao fim do jogo.
Nada justifica, é claro, mas a irritante arbitragem arbitrária colaborou para o clima de revolta, porque o homem do apito queria ser mais estrela que Ronaldo e Neymar, ou aparecer mais que Dentinho, que, além de ter feito o gol e não dado sossego à defesa santista, ainda tratou de fazer o papel de coadjuvante também na condução do jogo.

Sassaricando
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blogdojuca@uol.com.br


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